Brasil247 – O governo da Venezuela divulgou neste sábado um comunicado oficial em que denuncia e condena o que chamou de “ameaça colonialista” feita pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o espaço aéreo do país. A informação foi publicada pelo chanceler venezuelano, Yván Gil, em suas redes sociais.

Segundo o ministro das Relações Exteriores, as declarações de Trump representam uma violação direta da soberania venezuelana e um ataque aos princípios básicos do direito internacional.

A reação de Caracas ocorreu após Trump ordenar que companhias aéreas, pilotos e até grupos criminosos considerem fechado o espaço aéreo sobre e ao redor da Venezuela. Em sua postagem na rede Truth Social, o presidente dos Estados Unidos afirmou literalmente:

“A todas as companhias aéreas, pilotos, narcotraficantes e traficantes de pessoas: por favor, considerem que o espaço aéreo sobre e ao redor da Venezuela está fechado em sua totalidade”.

A declaração, sem apresentação de motivos concretos, aumentou a tensão já existente entre Washington e Caracas, especialmente diante do recente aumento da presença militar norte-americana no Caribe.

Chanceler Yván Gil fala em “ato hostil e arbitrário”

Em seu comunicado, o chanceler Yván Gil classificou a ordem de Trump como incompatível com normas internacionais:

“Este tipo de declarações constitui um ato hostil, unilateral e arbitrário, incompatível com os princípios mais elementares do Direito Internacional”.

A chancelaria venezuelana afirma que defenderá a integridade do espaço aéreo nacional e denunciará a escalada de Washington nos fóruns multilaterais apropriados.

A crise diplomática ocorre no mesmo momento em que aeronaves militares dos Estados Unidos têm realizado patrulhas constantes no entorno da Venezuela, em operações que Washington justifica como combate ao narcotráfico.

Caracas, no entanto, vê essas ações como parte de uma estratégia de intimidação e intervenção encoberta, reforçando o tom de confronto após as declarações de Trump.