Por RFI - A Comissão Europeia reagiu à eleição de Jair Bolsonaro à Presidência do Brasil e disse que espera do novo chefe de Estado um trabalho de "consolidação da democracia" no país. O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, deve enviar uma carta ao novo dirigente em breve.
"Respeitamos a escolha democrática do povo brasileiro. O Brasil é um país democrático com instituições sólidas", afirmou Natasha Bertaud, porta-voz da Comissão. Ela também ressaltou que o país é um parceiro importante para a União Europeia durante as negociações do Mercosul, sobretudo em nível comercial. A intenção é "continuar a reforçar essa parceria", ainda que o Mercosul não faça parte do programa de Bolsonaro, que disse preferir privilegiar relações e acordos bilaterais.
O presidente russo Vladimir Putin também manifestou sua "confiança" no desenvolvimento das relações entre a Rússia e o Brasil. O chefe de Estado disse que quer investir na cooperação entre Moscou e Rio de Janeiro na ONU, no G20 e em relação aos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
Steve Bannon aprova vitória de Bolsonaro
Para Steve Bannon, conselheiro da Casa Branca e próximo do presidente norte-americano Donald Trump, os Estados Unidos devem aumentar suas relações com o Brasil durante o governo de Jair Bolsonaro. "Em uma parte do mundo onde existe o socialismo radical, o caos da Venezuela, a crise econômica e o FMI decidindo na Argentina, Bolsonaro representa o caminho de um capitalismo claro e será um governo populista nacionalista", declarou Bannon em entrevista à Folha de São Paulo.
Bannon também fez um paralelo entre Trump e Bolsonaro, afirmando que eles têm uma estratégia de "declarações provocadoras para poder ter voz no meio do barulho". "Os dois são especialistas em comunicação com as massas", disse. Ele também comparou os presidentes do Brasil e dos EUA com o primeiro ministro húngaro, Viktor Orban, o ministro italiano do Interior, Matteo Salvini, ou o líder britânico pró-Brexit, Nigel Farage.
"Em situações complicadas, eles sabem identificar os principais problemas e articular soluções, além de conseguirem se comunicar com as classes populares e com a classe média. Eles têm carisma", disse Bannon. "Se não fosse pelo Facebook, Twitter ou outras redes sociais, teria sido muito mais difícil para esse populismo ascender, porque não teríamos conseguido ultrapassar a barreira das mídias. Trump conseguiu, Salvini e Bolsonaro também", explicou.