Na noite de terça-feira (2), o presidente norte-americano Donald Trump usou suas redes sociais para avisar o líder da Coreia do Norte Kim Jong-Un que ele também tem um "botão nuclear" em sua mesa que é "muito maior, mais poderoso e realmente funciona".
A mensagem de Trump é uma resposta à mensagem de Kim Jong-Un em seu discurso de Ano Novo para a Coreia do Norte, quando reafirmou que seu país é um Estado nuclear e advertiu que tem a seu lado e de forma permanente um "botão" atômico.
Apesar da mensagem do presidente norte-americano, de acordo com a agência Associated Press, não existe realmente um botão nuclear na sala do presidente dos Estados Unidos.
O processo para o lançamento de um ataque nuclear norte-americano é secreto, complexo e envolve o uso de códigos conhecidos pelo presidente e por militares.
Se Trump quiser dar início a um ataque, ele primeiro precisa se identificar a oficiais militares do Pentágono com um conjunto de códigos que o identificam. Estes códigos estão gravados em um cartão que é carregado pelo presidente todo o tempo. Só depois de sua identificação, é que Trump poderia transmitir a ordem de ataque ao Pentágono e ao Comando Estratégico.
Toda vez que deixa seu gabinete, Trump é acompanhado por um assessor militar que carrega a chamada "bola nuclear" -- uma maleta que contém um aparelho eletrônico que mede 12,7 cm por 7,3 cm e pode acionar o arsenal atômico americano a distância.
A maleta também contém um livro com todas as opções de ataque disponíveis. Para colocar o sistema em ação, Trump deve selecionar uma dessas opções e depois usar seu cartão de códigos para se identificar como o comandante-em-chefe dos Estados Unidos. Em seguida, a ordem é repassada através de uma cadeia de comando. A partir daí, mísseis nucleares podem atingir seus alvos em menos de uma hora.
Coreia do Norte e do Sul reabrem comunicação
A Coreia do Norte reabriu nesta quarta-feira uma linha de comunicação de fronteira com a Coreia do Sul que estava fechada há muito tempo.
A decisão de Pyongyang de abrir a linha telefônica de fronteira aconteceu um dia depois que a Coreia do Sul propôs conversas de alto nível com o vizinho do norte, em meio a um tenso impasse sobre os programas nuclear e de míssil norte-coreanos.
Essa proposta veio após o pronunciamento de Ano Novo do líder norte-coreano Kim, no qual ele disse que estava aberto a conversar com Seul e que iria considerar enviar uma delegação para a Olimpíada de Inverno que será realizada do outro lado da fronteira, em Pyeongchang, em fevereiro.
Autoridades dos EUA disseram que Washington não levará qualquer conversa entre as Coreias a sério se não contribuírem para a desnuclearização da Coreia do Norte. Uma porta-voz do Departamento de Estado norte-americano disse que Pyongyang "pode estar tentando criar uma ruptura de algum tipo".
Ameaça nuclear
Trump e Kim vêm trocando comentários beligerantes há meses, o que tem provocado alarme em todo o mundo, e em algumas ocasiões Trump desdenhou da perspectiva de uma solução diplomática para uma crise em meio à qual a Coreia do Norte ameaçou destruir os EUA.
Embora parecendo abrir a porta para debater uma participação na Olimpíada de Inverno sul-coreana, Kim também alertou que seguirá com a "produção em massa" de ogivas nucleares, desafiando sanções da Organização das Nações Unidas (ONU).
Seu discurso de Ano Novo sucedeu um aumento considerável nos lançamentos de mísseis em 2017, além do sexto e maior teste nuclear do país. Kim, que prometeu desenvolver um míssil com ogiva nuclear capaz de alcançar o território norte-americano, disse ter um botão nuclear em sua mesa.
(Com informações da Associated Press e da Reuters)