Donald Trump espera vencer por ampla margem as primárias republicanas deste sábado (24) na Carolina do Sul, estado natal de Nikki Haley, uma etapa crucial na disputa do partido pela candidatura à Casa Branca.

"Precisamos do seu VOTO para salvar os Estados Unidos", afirmou o ex-presidente para mobilizar os eleitores do estado do sudeste do país. 

Apesar de seus problemas com a Justiça, Donald Trump, de 77 anos, é o grande favorito na corrida pela indicação republicana, que designará o candidato para as eleições presidenciais de novembro. 

O empresário venceu as três primárias já organizadas pelo partido e vários adversários desistiram da disputa.


Nikki Haley, de 52 anos, é a única que continua no caminho de Trump.

Ela também pediu aos eleitores que vão às urnas maciçamente. "Todo mundo deve ir votar", afirmou, convencida de que é preciso "uma nova geração de líderes conservadores".

"Repugnantes"
A premissa de Haley é simples: "Não sobreviveremos a mais quatro anos de caos de Trump".


Neste sábado, surgiu uma nova polêmica.

Trump sugeriu que seus problemas judiciais fazem com que os afro-americanos simpatizem com sua candidatura.

"Os negros gostam muito de mim porque têm sido muito prejudicados e discriminados, e de fato me veem como se eu estivesse sendo discriminado", disse.

Haley qualificou estes comentários de "repugnantes".

"É repugnante. Mas é isso que acontece quando sai do teleprompter. Esse é o caos que se avizinha com Donald Trump", disse em uma seção eleitoral.

Os democratas também se chocaram com a fala, devido à comparação entre os afro-americanos e a criminalidade.

Depois de Iowa, New Hampshire e Nevada, o duelo republicano chega à Carolina do Sul, estado do qual Nikki Haley foi governadora durante seis anos.

Neste sábado se saberá se ela tem alguma chance de vencer, enquanto as pesquisas a mostram quase 30 pontos atrás de Donald Trump.

O casal Jeff e Susan Stottler votou cada um em um candidato, o que motiva "piadas".

Ele escolheu o ex-presidente. "Confio em que Donald Trump vá reverter tudo o que Joe Biden fez para nos meter na confusão econômica e migratória em que estamos", disse o banqueiro de 61 anos.

Sua esposa, de 60, optou por Haley, embora acredite que o rival vá ganhar.

"Estou preparada para uma mulher (na Presidência) e uma perspectiva diferente", disse. "Votando nela, espero que a escolha como colega de chapa".

 Nos últimos dias, dezenas de milhares de eleitores optaram pelo voto antecipado.

Os primeiros resultados serão conhecidos às 19h locais (21h de Brasília).

"Superterça"
Nas primárias deste sábado há muito em jogo.

"Se Trump conseguir derrotar a ex-governadora Nikki Haley em seu estado natal, isto provavelmente o tornaria um candidato quase certo à nomeação do Partido Republicano", explicou David Darmofal, cientista político da Universidade da Carolina do Sul.

Apesar das dificuldades, Haley descartou a possibilidade de desistir da disputa após as primárias da Carolina do Sul porque "seria a saída fácil".

Depois das primárias de sábado, Trump e Haley devem ter uma nova disputa na terça-feira, no Michigan.

Os republicanos de Idaho e Missouri votarão em 2 de março, dois dias antes dos eleitores de Dakota do Norte. Mas a data mais importante do calendário político americano é o dia 5 de março, quando acontecerá a famosa Superterça.

Na data, eleitores de 15 estados, incluindo Texas, Califórnia, Colorado e Virgínia, comparecerão às urnas para o grande dia das primárias.

Em tese, as primárias podem prosseguir até julho, mas a equipe de Donald Trump prevê uma vitória no mais tardar em 19 de março.

Trump quer iniciar o mais rápido possível a campanha para a revanche contra Joe Biden, o presidente democrata que disputa a reeleição, antes de mergulhar nos julgamentos em série que o obrigarão a alternar comícios e tribunais.

O primeiro julgamento criminal de Trump começará em 25 de março.

(AFP)