Um forte terremoto de magnitude 8 sacudiu, no domingo (26), a região peruana de Loreto, provocando a morte de duas pessoas e deixando 30 feridos, 15 deles no Equador, além de destruir infraestruturas. 
 
"Temos dois mortos pelo terremoto. A segunda vítima do forte terremoto é um jovem de 15 anos que sofreu um golpe na cabeça na região de La Libertad", disse à emissora N Ricardo Seijas, coordenador do Centro de Operações de Emergência Nacional (Coen).
 
Seijas explicou que o adolescente dormia no andar de baixo de uma casa e, com o forte tremor, levantou-se rapidamente e deu uma forte batida na cabeça. O jovem morreu em um hospital regional.
 
A morte do rapaz se soma a outra ontem, quando uma pessoa faleceu após cair uma pedra sobre sua casa enquanto dormia.
 
O funcionário informou ainda que há 226 famílias afetadas, 228 imóveis deixados sem condição de uso e quatro escolas derrubadas.
 
O governo declarou estado de emergência de 60 dias em várias regiões de Loreto e Cajamarca (norte e noroeste, respectivamente) pelos danos sofridos nas infraestruturas e meios de comunicação.
 
O epicentro do terremoto, cuja magnitude chegou a 8 segundo o Instituto Geológico dos Estados Unidos (USGS), esteve localizado 70 quilômetros a sudeste de Lagunas, no norte do país, a uma profundidade de 141 quilômetros. Aconteceu às 2h41 (4h41 de Brasília).
 
Lagunas é um distrito da província do Alto Amazonas, na região de Loreto. Sua população é de 12.000 habitantes.
 
O diretor do Instituto Geofísico do Peru, Hernando Tavera, assegurou que não são comuns réplicas com esta profundidade do epicentro. "A possibilidade é quase mínima", garantiu.
 
Geralmente, quanto maior a profundidade do terremoto, menor o impacto, ou dano causado na superfície. No entanto, a onda expansiva é, nesses casos, mais ampla, o que explica o motivo pelo qual foi sentido no Equador, na Colômbia, na Venezuela e na Bolívia.
 
No Peru, além do Loreto, o terremoto foi sentido nas regiões norte e central de La Libertad, Tumbes, Piura, Lambayeque, San Martin e Cajamarca, bem como na capital do país.
 
O tremor durou 127 segundos e, na capital, Lima, fez a população deixar suas casas no meio da madrugada, apesar da chuva.
 
O geólogo Patricio Valderrama, do Centro de Monitoramento e Prevenção de Desastres, disse que, "no norte do Peru, um terremoto como este não é sentido desde o tremor de 1970", referindo-se ao terrível terremoto de magnitude 7,9 que devastou a região de Ancash. Na ocasião, foram mais de 70.000 mortos.
 
Yurimaguas, a cidade mais próxima do epicentro, foi uma das áreas com danos materiais, de acordo com as primeiras informações.
 
O presidente peruano, Martín Vizcarra, escreveu em sua conta no Twitter que as autoridades avaliam as áreas afetadas. 
 
"Pedimos a todos os nossos cidadãos que permaneçam calmos. O Centro de Emergência está monitorando e avaliando a situação", garantiu o presidente.
 
O prefeito de Lagunas, Arri Pezo, afirmou que a população não quer voltar para suas casas por medo de novos tremores.
 
O Peru se encontra, como seus vizinhos do Pacífico sul-americano Chile e Equador, em uma região muito sísmica.
 
Em 24 de janeiro, outro terremoto, de magnitude 6,0, atingiu a costa central do Peru, causando danos menores e seis feridos em localidades próximas às centenárias Linhas de Nazca (costa sul).