Uma tentativa de fuga da maior penitenciária da República Democrática do Congo terminou com 129 pessoas mortas, baleadas, sufocadas ou esmagadas, informou o governo nesta terça-feira (3).

Vários setores da prisão de Makala, na capital Kinshasa, foram incendiados durante a tentativa de fuga na madrugada de segunda-feira, segundo o ministro do Interior, Jacquemain Shabani.

"O balanço provisório é de 129 mortos, 24 deles atingidos por tiros após advertências", escreveu o ministro no Facebook. Ele também informou que 59 pessoas ficaram feridas.

A partir das 2H00 de segunda-feira, tiros foram ouvidos durante várias horas, afirmaram à AFP várias testemunhas.

Daddi Soso, que mora nas imediações da penitenciária, disse que acordou com o barulho dos tiros.

"Houve mortes e algumas pessoas fugiram", acrescentou Soso, um eletricista, que disse ter visto os veículos da polícia que levaram os corpos.

As autoridades não revelaram detalhes sobre o número de presos que tentaram fugir ou as circunstâncias.

O porta-voz do governo, Patrick Muyaya, declarou à televisão nacional que a situação estava "sob controle".

O ministro da Justiça, Constant Mutamba, escreveu na rede social X que "investigações estão em curso para identificar e punir severamente os responsáveis pelos atos de sabotagem".

Ele também anunciou que a transferência de presos para esta penitenciária está suspensa. 

A prisão de Makala, com capacidade para 1.500 detentos, abriga entre 14.000 e 15.000 prisioneiros, segundo dados oficiais.

Mais de 4.000 detentos fugiram do local em 2017, após um ataque noturno de homens armados.