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Dos buzinaços em Kandahar aos desfiles de suas forças especiais no aeroporto de Cabul, os talibãs, novos governantes do Afeganistão, mostraram-se triunfantes nesta terça-feira (31), após a retirada dos últimos soldados americanos.
Na capital, o principal porta-voz do movimento, Zabihullah Mujahid, levou um grupo de dirigentes à pista do aeroporto. Seu rosto, normalmente impassível, exibia um grande sorriso.
As forças especiais talibãs, chamadas "Badri 313", com os uniformes de camuflagem impecáveis, posaram para fotos, exibindo armas americanas e a bandeira branca do movimento Talibã, na qual está escrito o início da "shahada" (profissão de fé islâmica).
Considerado durante muito tempo um dos locais mais seguros do país, o aeroporto civil de Cabul foi saqueado. Cartuchos de munição podem ser observados em todos os acessos.
Nos 15 dias posteriores à tomada de poder por parte dos fundamentalistas em 15 de agosto, as imediações do aeroporto foram ocupadas por uma grande multidão que tentava desesperadamente embarcar em um dos voos de retirada da comunidade internacional.
Muitos afegãos ficaram, no entanto, bloqueados em uma série de postos de controle dos talibãs. Nesta terça-feira, todas as barreiras na estrada que leva ao aeroporto foram desmanteladas, com exceção de uma.
A atitude dos fundamentalistas também mudou: agora, mostram seu júbilo e cumprimentam motoristas e passageiros.
"Cemitério de potências"
Em Kandahar (sul), berço do movimento, milhares de seus partidários celebraram com entusiasmo nas ruas, com buzinaços e gritos de "Allah Akbar" ("Deus é grande"). Muitos exibiam a bandeira dos islamitas.
"Hoje é o dia da independência do emirado islâmico. Felicitamos todos os irmãos muçulmanos e a nação afegã", declarou Abdullah, em um vídeo divulgado nas redes sociais.
"Levantamos a bandeira do profeta Maomé e vamos hastear esta bandeira em todo mundo", acrescentou.
Em 1996, os talibãs partiram de Kandahar e conquistaram rapidamente o restante do país, que controlaram até 2001, quando foram expulsos do poder por uma coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.
Vinte e cinco anos depois, multidões procedentes das localidades próximas seguiram para a capital provincial na segunda-feira à noite, após o anúncio da retirada americana.
"Vencemos a superpotência. O Afeganistão é o cemitérios das superpotências", gritaram vários homens, com trajes tradicionais.
Homens e meninos seguiram pelas ruas em uma caminhonete da ex-polícia afegã, derrotada pelo Talibã. Nas redes sociais, foram divulgadas imagens de grupos de homens dançando e batendo palmas ao ritmo de música, algo que foi proibido quando os fundamentalistas estiveram no poder pela primeira vez.
Os novos governantes do país não poderão, no entanto, utilizar a aviação militar do governo anterior.
Na terça-feira, dentro do complexo do aeroporto, dezenas de aviões e helicópteros que o governo dos Estados Unidos havia transferido para o Exército regular afegão foram destruídos pelas tropas americanas.
Aeronaves destruídas
Setenta e três aeronaves foram "desmilitarizadas", ou seja, estão fora de serviço, de acordo com o general Kenneth McKenzie, do Comando Central do Exército americano.
"Estes aparelhos não voltarão a voar. Não poderão ser usados" disse.
Os vidros das cabines foram quebrados e os pneus foram estourados.
Quase 70 veículos blindados MRAP resistentes às minas terrestres, que custam US$ 1 milhão cada, e 27 veículos Humvee também foram inabilitados após a operação de retirada que permitiu a saída de quase 123.000 pessoas, a maioria afegãs, em duas semanas.
O Exército americano também destruiu o sistema de defesa antimísseis C-RAM, que interceptou cinco foguetes lançados pelo grupo Estado Islâmico contra o aeroporto na segunda-feira (30).
"É necessário um procedimento longo e complexo para desmontar esses sistemas", explicou o general. "Então, nós os desmilitarizamos para que não voltem a ser usados", completou.
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Na capital, o principal porta-voz do movimento, Zabihullah Mujahid, levou um grupo de dirigentes à pista do aeroporto. Seu rosto, normalmente impassível, exibia um grande sorriso.
As forças especiais talibãs, chamadas "Badri 313", com os uniformes de camuflagem impecáveis, posaram para fotos, exibindo armas americanas e a bandeira branca do movimento Talibã, na qual está escrito o início da "shahada" (profissão de fé islâmica).
Considerado durante muito tempo um dos locais mais seguros do país, o aeroporto civil de Cabul foi saqueado. Cartuchos de munição podem ser observados em todos os acessos.
Nos 15 dias posteriores à tomada de poder por parte dos fundamentalistas em 15 de agosto, as imediações do aeroporto foram ocupadas por uma grande multidão que tentava desesperadamente embarcar em um dos voos de retirada da comunidade internacional.
Muitos afegãos ficaram, no entanto, bloqueados em uma série de postos de controle dos talibãs. Nesta terça-feira, todas as barreiras na estrada que leva ao aeroporto foram desmanteladas, com exceção de uma.
A atitude dos fundamentalistas também mudou: agora, mostram seu júbilo e cumprimentam motoristas e passageiros.
"Cemitério de potências"
Em Kandahar (sul), berço do movimento, milhares de seus partidários celebraram com entusiasmo nas ruas, com buzinaços e gritos de "Allah Akbar" ("Deus é grande"). Muitos exibiam a bandeira dos islamitas.
"Hoje é o dia da independência do emirado islâmico. Felicitamos todos os irmãos muçulmanos e a nação afegã", declarou Abdullah, em um vídeo divulgado nas redes sociais.
"Levantamos a bandeira do profeta Maomé e vamos hastear esta bandeira em todo mundo", acrescentou.
Em 1996, os talibãs partiram de Kandahar e conquistaram rapidamente o restante do país, que controlaram até 2001, quando foram expulsos do poder por uma coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.
Vinte e cinco anos depois, multidões procedentes das localidades próximas seguiram para a capital provincial na segunda-feira à noite, após o anúncio da retirada americana.
"Vencemos a superpotência. O Afeganistão é o cemitérios das superpotências", gritaram vários homens, com trajes tradicionais.
Homens e meninos seguiram pelas ruas em uma caminhonete da ex-polícia afegã, derrotada pelo Talibã. Nas redes sociais, foram divulgadas imagens de grupos de homens dançando e batendo palmas ao ritmo de música, algo que foi proibido quando os fundamentalistas estiveram no poder pela primeira vez.
Os novos governantes do país não poderão, no entanto, utilizar a aviação militar do governo anterior.
Na terça-feira, dentro do complexo do aeroporto, dezenas de aviões e helicópteros que o governo dos Estados Unidos havia transferido para o Exército regular afegão foram destruídos pelas tropas americanas.
Aeronaves destruídas
Setenta e três aeronaves foram "desmilitarizadas", ou seja, estão fora de serviço, de acordo com o general Kenneth McKenzie, do Comando Central do Exército americano.
"Estes aparelhos não voltarão a voar. Não poderão ser usados" disse.
Os vidros das cabines foram quebrados e os pneus foram estourados.
Quase 70 veículos blindados MRAP resistentes às minas terrestres, que custam US$ 1 milhão cada, e 27 veículos Humvee também foram inabilitados após a operação de retirada que permitiu a saída de quase 123.000 pessoas, a maioria afegãs, em duas semanas.
O Exército americano também destruiu o sistema de defesa antimísseis C-RAM, que interceptou cinco foguetes lançados pelo grupo Estado Islâmico contra o aeroporto na segunda-feira (30).
"É necessário um procedimento longo e complexo para desmontar esses sistemas", explicou o general. "Então, nós os desmilitarizamos para que não voltem a ser usados", completou.