Segundo revelou hoje plataformas políticas do Quênia, subiu para 17 mortos e 86 feridos o número de pessoas após os protestos de terça-feira que tomaram conta da capital do país.
 
Os manifestantes invadiram o Parlamento de Nairóbi durante os protestos nas ruas contra um projeto-lei que prevê o aumento dos impostos. Na invasão, os manifestantes quebraram janelas, destruíram móveis e derrubaram bandeiras, acusando os políticos de traição e o Executivo de aprovar medidas fiscais que arrastam a população para a pobreza.
 
A mobilização atingiu níveis sem precedentes no Quênia e as Forças Armadas foram acionadas para uma intervenção militar. Os protestos foram também reprimidos pela polícia, que usou granadas de gás lacrimogêneo e canhões de água.
 
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, divulgou nas das redes sociais seu pesar na capital queniana. "Os relatórios sobre as mortes e feridos, incluindo jornalistas e pessoal médico, entristecem-me profundamente", lamentou Guterres.  
 
 "Insto as autoridades do Quênia a atuarem com moderação e peço para que as manifestações decorram de forma pacífica", acrescentou.
 
Na semana passada, os manifestantes, principalmente jovens, já haviam tentado entrar no prédio do Parlamento, no entanto o protesto foi neutralizado e debelado pelas tropas policiais que chegaram a usar armas de fogo.  Ao contrário das manifestações antigovernamentais frequentes no país, estes últimos protestos foram convocados pelos jovens que até então não se envolviam nestas atividades.
 
O projeto-lei das Finanças 2024, que provocou os intensos protestos, foi aprovado por 195 votos a favor e 106 votos contra. Com esta medida, o governo queniano alega que pretende reduzir o déficit orçamental e o endividamento do Estado.