O chanceler da Rússia, Sergey Lavrov, saudou as iniciativas de paz para a guerra na Ucrânia de países da América Latina e da África. Segundo ele, Moscou está pronta para considerar os planos, "que partem de um desejo sincero de estabilizar a ordem mundial". 

“Respondemos a iniciativas de amigos latino-americanos e africanos que estávamos prontos para considerar qualquer uma de suas propostas motivadas por um desejo sincero de ajudar a estabilizar a ordem mundial”, disse Lavrov, em coletiva de imprensa após encontro com o ministro das Relações Exteriores de Belarus, Sergey Lukashevich.

“Até agora, ao contrário de nosso vizinhos chineses, não vimos documentos sobre o assunto, tanto de brasileiros quanto de africanos”, ressaltou Lavrov.

Entre os planos de paz das regiões, destacam-se o do Brasil e o da África do Sul, duas nações que, junto com Índia, Rússia e China, formam o bloco Brics de economias emergentes. 

Brasília propõe a formação de um grupo de países neutros para medeiar conversas primárias, que eventualmente se consolidem em um processo de paz. 

Pretrória defende o diálogo de um grupo de líderes africanos com autoridades de Kiev e de Moscou. Nesse sentido, o presidente Cyril Ramaphosa anunciou, nesta terça-feira (16), que tanto o presidente russo Vladimir Putin quanto o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky concordaram em receber um grupo de autoridades africanas para discutir um possível plano de paz para o conflito.

Moscou lançou sua "operação militar especial" na Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022. As delegações russa e ucraniana se envolveram em várias rodadas de negociações de paz desde então, mas as negociações acabaram chegando a um impasse. A Rússia insistiu que está aberta para negociações com a Ucrânia, mesmo depois que Zelensky assinou um decreto proibindo negociações com Moscou em outubro de 2022. Kiev exige a retirada integral das tropas russas do território ucraniano antes que negociações de paz sejam iniciadas.