Em reunião virtual com os membros da entidade, o brasileiro disse que deixará a função em 31 de agosto, um ano antes da conclusão de seu segundo mandato quadrienal. De acordo com Azevêdo, a decisão não foi fácil, mas ele refletiu sobre a escolha entre o lockdown e uma recente cirurgia no joelho.


"Cheguei a essa decisão apenas depois de longas discussões com minha família - minha esposa aqui em Genebra e minhas filhas e minha mãe em Brasília. É uma decisão pessoal - uma decisão de família -, e estou convencido de que sirva aos melhores interesses dessa organização", declarou.

Em seu pronunciamento, o brasileiro ressaltou que não tem motivações de saúde nem políticas e que a OMC deve se preparar para a realidade pós-pandemia com um novo diretor-geral.

"Mesmo que tenhamos alcançado muito, ainda há muito mais a ser feito. Colocamo-nos metas transformadoras e ambiciosas para a MC12 [12ª Conferência Ministerial] e para a reforma da OMC. E agora precisamos garantir que o comércio contribua para a recuperação da economia global após a pandemia de COVID-19. Mas eu não serei o líder com quem vocês percorrerão esse caminho estratégico", acrescentou.
 
Azevêdo já defende há anos que a OMC precisa respirar "novos ares", em meio ao avanço do protecionismo capitaneado pela maior economia do planeta, os Estados Unidos, e pelo crescente número de acordos feitos à margem da entidade.
 
Segundo o brasileiro, sua saída dará tempo para a OMC definir o novo diretor-geral, evitando gastar a energia política exigida pela preparação da 12ª Conferência Ministerial, marcada para 2021. (ANSA)