Brasil de Fato - Entre novembro de 2023 e abril de 2024 o setor privado argentino demitiu cerca de 177 mil funcionários, segundo relatório do Centro de Estudos de Política Econômica (Cepa). O levantamento indica como causas a recessão econômica aprofundada no governo ultraliberal de Javier Milei e a consequente queda do consumo. 

Os números não incluem a situação do mercado informal, que corresponde a quase metade da força de trabalho argentina e que deve aumentar. Milei disse que 25 mil servidores públicos já perderam o emprego.

"Vamos acabar demitindo 75 mil pessoas, já demitimos 25 mil", disse Milei a empresários. 

As dezenas de milhares de demissões de Milei ocorrem em todas as áreas do setor público. Parte delas acontecem pela dissolução de órgãos como o Ministério da Mulher, o Instituto contra a Discriminação e a Xenofobia e a Subsecretaria contra a Violência de Gênero.

A recessão econômica argentina é grave. No primeiro trimestre de 2024, o país registrou contração de 5,1% no PIB e taxa de desemprego de 7,7%, um salto em relação aos 5,7% registrados no último trimestre de 2023. 

O setor da construção foi atingido em cheio, com mais da metade das demissões, após Milei suspender as obras públicas como parte de sua política de redução do déficit fiscal do Estado. A industria perdeu 43% dos postos de trabalho.