A queda de um avião no Nepal, que matou 72 pessoas em janeiro, foi provocada por um erro humano, segundo apontou um relatório elaborado por investigadores nomeados pelo governo nepalês. Em causa esteve o fato dos pilotos terem cortado a energia por engano, o que provocou uma perda de potência e uma "paragem aerodinâmica".

"Devido ao seu impulso, o avião voou durante 49 segundos antes de bater no solo", disse à Reuters o engenheiro aeronáutico Dipak Prasad Bastola, membro do painel de investigação.

De acordo com Bastola, os pilotos teriam colocado as alavancas que controlam a potência na posição de "feathering" em vez de selecionar a alavanca de ‘flap’, o que fez com que o motor "funcionasse ao ralenti e não produzisse impulso".

"A tripulação de voo não conseguiu identificar o problema nem tomar medidas corretivas, apesar dos avisos do Painel de Alerta da Tripulação", diz ainda o relatório, citado pela BBC News, acrescentando que outros fatores como a falta de formação técnica e de competências adequadas, a elevada carga de trabalho e de stress e o incumprimento dos procedimentos operacionais normalizados também contribuíram para o acidente. 

O avião, um bimotor ATR 72 pertencente à Yeti Airlines do Nepal, transportando 68 passageiros e quatro membros da tripulação, caiu ao aproximar-se do aeroporto de Pokhara, no dia 15 de janeiro de 2023.

Trata-se do acidente aéreo mais mortal no país nos últimos 30 anos.