TERREMOTO

A Cruz Vermelha e a Ong Crescente Vermelho (FICV) apelaram a doações da comunidade internacional para o Marrocos, atingindo pelo terremoto que abalou o sul do país. Segundo o ministério marroquino do Interior já são mais de 2900 mortos, além de pelo menos 5530 feridos. 

"É preciso ao menos 106 milhões de euros para satisfazer as necessidades mais urgentes neste momento, incluindo saúde, água, saneamento e higiene, abrigos e artigos de primeira necessidade", disse Caroline Holt, diretora de operações da Cruz Vermelha.

As chuvas que caem hoje no país agravaram ainda mais a já difícil situação no terreno ao transformarem em lama os escombros das casas.

O apoio às vítimas é coordenado pela Fundação Mohammed V e até ao momento, apenas Espanha, Reino Unido, Qatar e Emirados Árabes Unidos foram autorizados a prestar ajuda.

Já o rei Mohamed VI de Marrocos também esteve no centro universitário hospitalar em Marrakesh para visitar os feridos.  

Enquanto isso, a ajuda humanitária oferecida pela França no resgate às vítimas foi recusada pelo governo marroquino. Mas, nesta terça-feira (12), o governo francês negou qualquer atrito com o Marrocos. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da França declarou que não há razão para controvérsia sobre a questão, enfatizando que o Marrocos é soberano e que cabe a Rabat decidir sobre as necessidades e a organização da ajuda. “Rabat decidiu receber a ajuda por fases", afirmou a porta-voz. 

A chanceler Catherine Colonna anunciou a doação de cinco milhões de euros para as organizações não-governamentais francesas e internacionais, que estão atuando no Marrocos.  

Dentre os atritos entre Paris e Rabat, os analistas internacionais indicam a alegada responsabilidade de Marrocos na infiltração ou tentativa de infiltração nos celulares do presidente francês, Emmanuel Macron, e de vários membros do Governo, além da aproximação da França com a Argélia, um antiga rival e com a qual não mantém relações diplomáticas.