O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, disse nesta quinta-feira (18) estar sensibilizado com o destino de Joaquín "Chapo" Guzmán, um dos mais conhecidos traficantes de drogas do mundo, condenado à prisão perpétua, ontem, nos Estados Unidos.
 
"Lamento muito que haja casos desse tipo. Não quero que ninguém fique preso, que ninguém sofra. Sou um idealista", disse López Obrador, em sua entrevista coletiva diária à imprensa.
 
Após um julgamento de três meses em Nova York, El Chapo, de 62 anos, foi sentenciado à prisão perpétua, ao ser acusado de traficar, ou de tentar traficar, toneladas de drogas para os Estados Unidos. Ao longo do processo, também foram apresentadas provas de que ordenou a morte, torturou, ou matou ele mesmo, pelo menos 26 pessoas.
 
"Quando todas essas coisas que acontecem terminam em condenações como essa, uma condenação para ficar na prisão o resto da vida, em uma prisão hostil, dura, desumana, sim, isso me comove", disse o presidente, destacando que também tem "em perspectiva as muitas vítimas" da violência do narcotráfico.
 
Desde o final de 2006, quando o governo do México lançou uma polêmica e intensa ofensiva militar para enfrentar os cartéis, mais de 250.000 pessoas foram assassinadas, e 40.000 estão desaparecidas, segundo dados oficiais que não especificam quantas dessas vítimas estão ligadas ao crime organizado.
 
O governo americano tenta embargar mais de 12,6 bilhões de dólares de El Chaco, montante que ele teria acumulado. Até agora, não teve sucesso.
 
Embora López Obrador considere que sua fortuna seja menor do que o calculado, ele afirmou que "tudo o que for confiscado e que tenha a ver com o México deve ser devolvido para o México".
 
"Acredito que sobre isso o governo dos Estados Unidos também estará de acordo, de nos entregar o que pertence ao México", acrescentou.
 
O governo de López Obrador leiloou carros de luxo e mansões confiscados do crime organizado e, nesta quinta, distribuiu o montante entre comunidades pobres. Em breve, fará o leilão de joias.