O presidente do Líbano, Michel Aoun, assumiu publicamente nessa segunda-feira (21) que não existe uma resolução objetiva para a situação política que impossibilitou a criação de um novo governo, advertindo que essa conjuntura esta levando a nação para à beira do abismo. O líder libanês enfatizou ainda que o país irá "para o inferno" se um governo não for rapidamente formado e sugeriu banir as cotas sectárias nos principais ministérios para acelerar o processo. 

Aoun também acrescentou que somente um "milagre" solucionaria o impasse entre os partidos xiitas e o premiê sunita Mustapha Adib juntamente com seus correligionários. "Com o endurecimento das posições, não parece haver nenhuma solução no horizonte, porque todas as soluções propostas equivalem a um 'vencedor e um vencido'", disse durante seu discurso na televisão. 

Desde a explosão no porto de Beirute, no inicio de agosto, que deixou cerca de 4.000 feridos e matou mais de 200 pessoas, implodiu a crise política no Líbano que levou todo o governo a renunciar. As tensões políticas no país se agravaram ainda mais devido às escolhas para os cargos do Gabinete que precisavam ter sido ocupados até 15 de setembro, no entanto as negociações para se chegar a um acordo paralisaram quando se tratou de qual setor deveria controlar o Ministério das Finanças. 

Para tanto, Adib incitou seus colegas a seguir o plano político que foi proposto pelo presidente da França, Emmanuel Macron, no qual aponta que o Líbano necessita fazer imediatamente as reformas se deseja assegurar ajuda externa. "Qualquer atraso adicional agrava e aprofunda a crise. O Líbano não pode se dar ao luxo de perder tempo em meio ao número sem precedentes de crises que está passando", declarou Adib.