O presidente iraniano, Hassan Rohani, defendeu nesta quarta-feira (30/1) o acordo internacional de 2015 sobre o programa nuclear de seu país, sua grande conquista diplomática, e rebateu os adversários políticos que criticaram o governo ao invés dos Estados Unidos.


"Ninguém deveria condenar o governo ou o sistema da grande República Islâmica, ao invés de criticar os Estados Unidos. Isto provoca os piores danos", afirmou em um discurso exibido na televisão.
Rohani, conservador moderado, foi eleito para a presidência em 2013 e reeleito em 2017. Estimulou o acordo sobre o programa nuclear iraniano, assinado em 2015 entre Teerã e as grandes potências (China, Estados Unidos, Rússia, França, Grã-Bretanha e Alemanha). Mas o governo dos Estados Unidos abandonou o acordo em 2018 e restabeleceu as sanções contra o Irã.
Os ultraconservadores, que se opõem desde o início às negociações sobre o programa nuclear, repetem que o acordo é uma quimera.
Eles afirmam que o Irã não obteve nada em troca da restrição drástica de seu programa nuclear e intensificaram as críticas depois que Washington se retirou do acordo. "Estados Unidos se voltaram contra o acordo, mas não apenas contra nós, também contra Europa, China", seus vizinhos e seus sócios comerciais da Ásia e Pacífico, declarou Rohani.
"A base de todo acordo não é saber se a outra parte permanecerá, e sim o interesse do país", completou, antes de encerrar o discurso com um pedido de "unidade".
Na terça-feira, a diretora da CIA, Gina Haspel, afirmou que o Irã segue cumprindo com os termos do acordo nuclear. "Neste momento, tecnicamente estão cumprindo o Plano de Ação Integral Conjunto" (JCPOA), afirmou Haspel ao Comitê de Inteligência do Senado.
"Acho que a informação mais recente é que os iranianos estão considerando tomar medidas que atenuariam a sua adesão ao JCPOA, enquanto fazem pressão aos europeus para que avancem com os benefícios de investimento e comércio que o Irã esperava obter do acordo", manifestou.
"Estão fazendo alguns preparativos que poderiam aumentar a sua capacidade de voltar atrás se tomarem essa decisão", apontou. "Mas os vemos debatendo entre eles, já que não conseguiram os benefícios econômicos que esperavam do acordo.