A pobreza na Argentina alcançava 41,7% da população no fim do segundo semestre de 2023, em comparação com os 40,1% registrados no primeiro semestre, informou na quarta-feira (27) o Instituto de Estatísticas e Censos (Indec) do país.

O dado corresponde a 12,3 milhões de pessoas abaixo da linha de pobreza. Trata-se de um aumento de 1,6 ponto percentual em relação ao primeiro semestre e 2,5 a mais do que o registrado um ano antes.

Além disso, 11,9% da população argentina, cerca de 3,5 milhões de pessoas, estão em situação de indigência.

O Indec considera pobres as pessoas que não conseguem obter a Cesta Básica Total, um conjunto de necessidades alimentares e não alimentares consideradas essenciais.

E registra como indigentes aqueles que nem sequer conseguem a Cesta Básica Alimentar, ou seja, que não podem comprar o mínimo indispensável para suprir suas necessidades nutricionais.

Os argentinos sofreram uma deterioração em seu poder de compra, especialmente de alimentos, entre o primeiro e o segundo semestre de 2023. Enquanto a renda familiar total média aumentou 69%, a Cesta Básica Alimentar aumentou 81,6% e a Total, 75,8%.

Nessa queda de renda, as crianças são as mais afetadas: 58,4% dos menores de 15 anos estão abaixo da linha de pobreza e 18,9% estão em situação de indigência.

Estimativas de outros centros de estudos, como o da Universidade Católica Argentina, sugerem que, em dezembro de 2023, a pobreza afetava 49,5% da população e que, em janeiro, aumentou para 57,4%.