O sul da Itália sofre nesta semana um pico de calor acompanhado de incêndios, especialmente em Sicília e Calábria, onde um parque natural inscrito na lista da Unesco está ameaçado.

A península enfrenta atualmente sua semana mais quente do verão, com temperaturas que superam os 47 graus em Sicília, perto de Siracusa. O serviço meteorológico nacional espera que nesta quarta-feira (11/8) o recorde da temperatura mais alta já registrada na Itália (48,5 graus em 1999 em Sicília) seja quebrado.

O termômetro poderia subir para 49-50 graus hoje no sudeste de Sicília e para 39-42 graus em Calábria (na ponta da bota italiana), Puglia (o calcanhar da bota) e em Campanha (região de Nápoles).

Em Calábria e Sicília, os bombeiros realizaram 300 intervenções nas últimas 12 horas e sete Canadair se mobilizaram de madrugada, anunciaram os bombeiros.

Durante vários dias, as chamas alimentadas pelo vento e o calor assolaram La Madonia, uma região montanhosa próxima a Palermo, a capital siciliana, e destruíram cultivos, casas e prédios industriais.

O governador de Sicília, Nello Musumeci, pediu que se declare o estado de emergência nacional em La Madonia.

Em Calábria, as chamas ameaçam o parque geológico de Aspromonte, reconhecido pela Unesco, um conjunto de montanhas, cordilheiras e planaltos de quase 2.000 metros de altura que se alternam com profundos vales que se elevam sobre um fragmento peninsular da cordilheira dos Apeninos, oferecendo um panorama espetacular do Estreito de Messina, Etna e as Ilhas Eólias.

Nos próximos dias, espera-se que o anticiclone responsável pela onda de calor que atinge a Itália, adequadamente chamado Lúcifer, se mova para o norte, onde as temperaturas devem alcançar os 39-40 graus em Toscana (centro) durante o fim de semana de 15 de agosto e em Lazio (região de Roma).