Os passageiros que aproveitaram para pedir asilo durante a escala em Barcelona de uma viagem com destino a Quito e Bogotá, na América do Sul, deixaram nesta sexta-feira (19) o aeroporto de El Prat e estão recebendo assistência da Cruz Vermelha, informaram as autoridades.

Apenas quatro dos 39 solicitantes de asilo permaneciam no aeroporto no começo desta tarde, finalizando a documentação.

"A partir de agora, será tramitada a petição de asilo", indicou uma fonte da delegação do governo da Catalunha.

Inicialmente, informou-se que os solicitantes eram libaneses, mas depois veio a confirmação de que eram refugiados palestinos que viviam em um acampamento nos arredores de Beirute, segundo informou à AFP Helena Martínez, uma advogada de Barcelona que prestou assistência a seis deles na quarta-feira. A polícia também confirmou que eram palestinos.

"São palestinos que estavam no Líbano em condição de refugiados", esclareceu a advogada, que especificou que eles portavam um documento de viagem expedido pelas autoridades libanesas.

Segundo Martínez, os 39 migrantes saíram de Beirute para Adis Abeba, na Etiópia, onde começaram uma viagem que fez uma escala no Cairo, no Egito, antes de chegar a Barcelona. Lá, eles deveriam pegar conexões para Quito e Bogotá na segunda-feira, mas não embarcaram nesses aviões.

Ao invés disso, se dirigiram às autoridades espanholas para solicitar refúgio. Após o início dos trâmites - que implica a assistência de um advogado e um primeiro pedido que deve ser respondido no período máximo de 96 horas -, os migrantes receberam nesta sexta autorização para deixar o aeroporto de El Prat e aguardar a resolução do trâmite completo, que pode levar meses.

Os refugiados estão recebendo apoio do programa de assistência internacional da Cruz Vermelha, que também lhes oferece alojamento e orientação durante as diferentes fases do processo, informou a organização.

Todas as fontes coincidiram em afirmar que o caso nada tem nenhuma relação com o ocorrido recentemente no aeroporto de Palma de Mallorca, nas Ilhas Baleares.

Em 5 de novembro, pelo menos 24 passageiros de um voo entre Marrocos e Turquia fingiram que um deles estava passando mal para conseguir desviar o avião ao aeroporto de Palma de Mallorca, momento em que aproveitaram para descer e fugir correndo pela pista do terminal. O incidente obrigou as autoridades aeroportuárias a suspender os voos por mais de três horas.

Dezesseis deles foram presos e a polícia está em busca dos outros oito.