IGREJA CATÓLICA

 

O papa Francisco, sensível ao universo carcerário, lavou os pés de 12 mulheres detidas em uma prisão de Roma, nesta quinta-feira (28), um rito que marca a quinta-feira que antecede a Páscoa.

O pontífice argentino visitou no meio da tarde o presídio feminino de Rebibbia, na periferia nordeste da capital italiana.

Ele já tinha celebrado esse rito em 2015, mas é a primeira vez que o dedica exclusivamente às mulheres.

Sentado em uma cadeira de rodas, Jorge Bergoglio lavou os pés de cada uma das 12 reclusas, algumas delas chorando, antes de limpá-los com uma toalha e beijá-los.

O papa de 87 anos aparentava bom estado, apesar de sua saúde ter sido motivo de preocupação nos últimos dias, devido às reiteradas infecções que o impediram de ler seus discursos em várias ocasiões.

"Todos conhecemos grandes e pequenos fracassos", disse o pontífice durante uma homilia improvisada durante a missa, celebrada no pátio deste centro de detenção, onde estão presas cerca de 370 mulheres. 

O papa Francisco, que já visitava detentos em Buenos Aires, destacou que a cerimônia do lava pés "é um gesto que nos chama a servir aos demais". 

Na tradição cristã, a Quinta-feira Santa celebra o dia em que Cristo lava os pés dos apóstolos na Última Ceia.

O ritual foi perpetuado em cerimônias do cristianismo, exceto em algumas linhas do protestantismo. 

Desde sua eleição, em 2013, o líder da Igreja Católica visitou em várias ocasiões presídios e centros de acolhida de refugiados, lavando os pés de ex-mafiosos, doentes ou marginalizados.

Na noite de sexta-feira, ele deve presidir a "Via-Crúcis", no Coliseu, à qual não pôde comparecer em 2023 por motivos de saúde.