O papa Francisco, nesta quarta-feira (4/9), realizou um discurso na Indonésia, no qual disse que algumas famílias, atualmente, estão preferindo ter animais de estimação em vez de criarem filhos, e que isso “não é certo”.

Em um discurso sobre a necessidade de aceitar todas as religiões para que a sociedade possa se unir, o pontíficie destacou que na Indonésia, a primeira parada da viagem ao Sudeste Asiático e Oceania, a cultura leva as pessoas a terem filhos. Enquanto isso, o restante do mundo prefere criar pets.

“O vosso país, pelo contrário, tem famílias de três, quatro, cinco filhos. E isso vê-se no seu nível etário. Continuai assim. É um exemplo para todos os países. Se calhar alguns sorriem; se calhar algumas famílias preferem ter um gato, um cachorrinho, e não um filho. Contudo, isso não está certo”, disse.

A fala de Francisco gerou muitas polêmicas e diversas pessoas destacaram que a informação dada pelo líder estava errada, pois a natalidade na Indonésia caiu mais de 50% desde a década de 1960, segundo o Banco Mundial.

Papa Francisco falava de união no mundo
O discurso, na verdade, é mais voltado para a defesa da união e clama pela justiça social no mundo (veja aqui). Francisco lamenta que a sociedade atual esteja se encaminhando cada vez mais à fragmentação e ao conflito.

Segundo o líder, no mundo atual existem algumas tendências que dificultam o desenvolvimento da fraternidade universal.

“Em várias regiões, assistimos ao aparecimento de conflitos violentos, que muitas vezes são o resultado da falta de respeito mútuo, do desejo intolerante de fazer prevalecer a todo o custo os próprios interesses, a própria posição ou narrativa histórica parcial, mesmo quando isso implica sofrimentos intermináveis para comunidades inteiras e resulta em verdadeiras guerras sangrentas”, disse o pontíficie.

Ele ainda responsabilizou governantes pela falta de união entre os povos.

“Por vezes, surgem tensões violentas no seio dos Estados, porque os detentores do poder gostariam de uniformizar tudo, impondo a sua visão até em questões que deveriam ser deixadas à autonomia dos indivíduos ou dos grupos”, argumentou Francisco.