O ministro das Relações Exteriores do Panamá, Javier Martinez-Acha, afirmou que a soberania do Canal do Panamá não é negociável, em resposta as declarações do próximo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de tomar o controle da construção, que representa uma rota comercial estratégica. 
 
"O presidente panamenho, José Raúl Mulino, já declarou que a soberania do nosso canal não é negociável e faz parte da nossa história de luta e de uma conquista irreversível. Quando o presidente eleito Trump tomar posse, no dia 20 de janeiro, a relação entre os Estados Unidos e o Panamá será gerida através dos canais formais, habituais e correspondentes", garantiu Martinez-Acha na terça-feira.
 
Trump também não excluiu o uso de força militar para assumir o controle do Canal do Panamá e ainda da Groelândia alegando que ambos os territórios são essenciais para a segurança norte-americana. "Não me vou comprometer com isso. Pode ser que tenham de fazer alguma coisa. O Canal do Panamá é vital para o nosso país", disse na coletiva de imprensa em sua residência em Mar-a-Lago, Flórida, quando questionado se descartava o recurso às forças armadas.
 
O republicano, além disso, voltou a acusar o Panamá de impor taxas de passagem excessivas aos navios dos EUA e insistiu que a China domina o canal.

"As únicas mãos que controlam o canal são as panamenhas e isso continuará a ser o caso. O nosso canal tem como missão servir a humanidade e o seu comércio, este é um dos grandes valores que os panamenhos oferecem ao mundo, dando uma garantia à comunidade internacional de não participar ou ser parte ativa em qualquer conflito. Somos um país aberto ao diálogo hoje e sempre, ao investimento e às boas relações, mas com o lema claro de que a Pátria está em primeiro lugar", reagiu Martínez-Acha.