AMÉRICA LATINA

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou hoje que o membro da oposição Manuel Rosales se registrou como candidato às presidenciais, que acontecem no dia de 28 de julho. "Rosales foi registrado pelo Un Nuevo Tiempo. Fizeram-no por meios eletrônicos na página especial do CNE para o registro de candidaturas”, anunciou o presidente do CNE, Elvis Amoroso.
 
Rosales, de 71 anos, é o atual governador do estado de Zulia (noroeste) e já foi candidato presidencial em 2006, tendo sido então derrotado na ocasião por Hugo Chávez.
 
No entanto, a relação final de candidatos não será divulgada antes do final de abril. Segundo a CNE estão inscritos 10 candidatos que se apresentam como opositores a Nicolás Maduro.
 
Mas a principal coligação da oposição na Venezuela já comunicou ontem que não conseguiu registrar Corina Yoris como candidata a presidente antes do encerramento oficial das nomeações. "Informamos a opinião pública nacional e o mundo que trabalhamos o dia todo para tentar exercer o nosso direito constitucional de nomear o nosso candidato. Isto não foi possível. Não nos foi permitido aceder ao sistema de registro de candidaturas na página especial do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano”, afirmou um dirigente da oposição Omar Barboza, em um vídeo divulgado pela Plataforma Unitária Democrática (PUD).

A PUD reúne os principais partidos da oposição, e queria registrar como candidata Corina Yoris, filósofa e professora universitária de 80 anos, designada como substituta de María Corina Machado. Machado, favorita nas sondagens, foi indicada como candidata da PUD apos vencer as eleições primárias em outubro, mas foi privada do direito de ocupar cargos públicos durante 15 anos.
 
Yoris garantiu que esgotou todos os meios ao seu alcance para tentar resolver a situação e reclamar na sede do CNE. “O organismo esta tomado por militares que não permitem o acesso", acusou, acrescentando que Maduro oficializou a sua candidatura a um terceiro mandato de seis anos, desrespeitando a Constituição do país.
 
Países da AL manifestam preocupação com eleições 

Os Governos da Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Paraguai, Peru e Uruguai emitiram um comunicado em conjunto demonstrando uma grave preocupação com os persistentes impedimentos na inscrição no Conselho Nacional Eleitoral dos candidatos presidenciais da Venezuela.
 
Os sete países da América Latina declararam que tal situação e as anteriores desqualificações de candidatos da oposição venezuelana aumentam as dúvidas sobre a integridade e a transparência do processo eleitoral. "Tais restrições impedem o avanço para eleições que permitam concretizar um processo de democratização na Venezuela”, diz o documento.