Nesta terça-feira (14), a Agência das Nações Unidas para os refugiados palestinos, (UNRWA), declarou que cerca de 500 mil pessoas já fugiram da cidade de Rafah, no sul da faixa de Gaza, desde o inicio da ofensiva terrestre israelense na região.
 
"As ruas estão vazias em Rafah e as famílias fogem em busca de segurança. As pessoas enfrentam constante exaustão, fome e medo. Nenhum lugar é seguro. Um cessar-fogo imediato é a única esperança", relatou a UNRWA.

A cidade, que faz fronteira com o Egito, está sofrendo ataques aéreos intensos e de artilharia desde esta madrugada com os tanques das forças israelenses que avançam em direção ao centro da zona. Também decorrem confrontos entre as tropas de Israel e milícias palestinas na área.
 
As Brigadas al-Qasam, o braço armado do Hamas, ainda combatem com ataques de artilharia contra o exército israelense nas proximidades do ponto fronteiriço de passagem de Rafah.
 
Enquanto isso, aproximadamente 100 caminhões da UNRWA estão atualmente enfileirados no lado egípcio da fronteira, em frente à passagem de Kerem Shalom, que liga Gaza a Israel a sul, muito perto do Egito, aguardando que a fronteira seja aberta e possa entrar ajuda humanitária.

Israel fechou a passagem de Rafah com o Egito desde a última terça-feira.  No entanto, o ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, afirmou hoje que agora é o Egito que tem de abrir a passagem de Rafah para que entre ajuda humanitária em Gaza. "A chave para evitar uma crise humanitária na Faixa de Gaza está agora nas mãos dos nossos amigos egípcios", indicou Katz. 
 
“Mas, Israel não vai deixar que o Hamas controle o lado palestino da passagem de Rafah. É uma necessidade de segurança da qual não abdicaremos", acrescentou o chanceler.
 
Impasse no cessar-fogo
 
Segundo o primeiro-ministro do Catar, Xeque Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, as negociações sobre um acordo de cessar-fogo em Gaza chegaram a um impasse, após a  operação terrestre israelense em Rafah. Mas, o premiê, cujo país é um mediadores nas conversações entre o Hamas e Israel na tentativa de conseguir uma trégua, assegurou que o governo de Doha vai continuar o seu papel.
 
Os últimos dados do Ministério da Saúde de Gaza comunicaram que 35.173 mil palestinos mortos e 79.061 feridos desde o inicio do conflito.