O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, declarou na 28ª Conferência Mundial da ONU sobre o Clima (COP28), em Dubai, que ainda é possível evitar o "colapso e incêndio do planeta" se os países agirem "agora", com liderança, cooperação e vontade política.
 
Guterres instou as nações a adotarem medidas urgentes para reduzir drasticamente as emissões, acelerar a transição justa e equitativa para as energias renováveis, e promover uma justiça climática que proteja os países em desenvolvimento. "Os sinais vitais da Terra estão falhando: emissões recordes, incêndios devastadores, secas mortais e o ano mais quente da história. Estamos à milhas dos objetivos do Acordo de Paris e há minutos para o limite de 1,5 graus. Mas não é demasiado tarde. É possível evitar o colapso do planeta. Dispomos das tecnologias necessárias para evitar o pior do caos climático se agirmos agora", afirmou.
 
O líder da ONU atentou também para o fato de o aquecimento global estar quebrando orçamentos, além de disparar os preços dos alimentos, desestabilizarem os mercados energéticos e a alimentar uma crise do custo de vida. Ainda citou o derretimento das calotas polares, à vista de todos, que causa danos em todo o mundo, desde deslizamentos de terras e inundações até a subida dos mares. “Uma doença que os líderes mundiais podem curar", destacou.
 
No entanto, Guterres saudou a COP28 em aprovar rapidamente a agenda do Fundo para Perdas e Danos.

“As energias renováveis são um caminho certo para o planeta, para a saúde e para a economia. O G20, que representa 80% das emissões globais, deve assumir a liderança. Os países devem acelerar os seus calendários de emissões líquidas nulas, de modo a atingirem esse objetivo o mais próximo possível de 2040 nos países desenvolvidos e de 2050 nas economias emergentes. A meta de 1,5 graus só é possível com o fim dos combustíveis fósseis, de forma a fornecer energia limpa a todos até 2030. O caminho para a sustentabilidade climática é também o único caminho viável para a sustentabilidade econômica das empresas", defendeu.