A organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) acusou as forças de
segurança de Angola de cometer homicídios ilegais, de abusos graves contra ativistas

políticos e manifestantes pacíficos desde janeiro. A HRW declarou que o Governo
angolano deve garantir a realização de investigações urgentes, imparciais e
transparentes às alegadas violações de direitos e aplicar sanções adequadas ou levar a
tribunal os membros das forças de segurança responsáveis.
 
"Foram implicados membros da Polícia Nacional de Angola e do seu Serviço de
Investigação Criminal, bem como do Serviço de Segurança e Inteligência do Estado, no
homicídio ilegal de pelo menos 15 pessoas, bem como na detenção arbitrária de
centenas de outras pessoas", relatou a ONG em um comunicado.
 
A Human Rights Watch ainda acrescentou que as vítimas incluem ativistas sociais e
políticos, artistas que criticam abertamente o governo e manifestantes que organizaram
 
ou participaram em atividades antigovernamentais pacíficas em todo o país.
 
A Anistia Internacional também tem se manifestado sobre a onda de violência policial
no país africano e denunciou a repressão das forças de segurança de Angola, tendo
apelado por justiça às vítimas pelos abusos e agressões. A organização lançou uma
petição para o fim ao uso da força excessiva, desproporcional e letal pelas forças de
segurança angolanas, no exercício da liberdade de expressão e de reunião. “Que haja
uma investigação profunda e responsabilização por todos os crimes cometidos. E que
haja também, obviamente, reparação e justiça para as famílias das vítimaa", afirmou
Paulo Fontes, um dos dirigentes da ONG internacional de defesa dos direitos humanos.