Fonte: Viomundo
Na sua terceira tentativa de alcançar o cargo, o ex-prefeito da Cidade do México, Antonio Manuel López Obrador, o AMLO, elegeu-se neste domingo o novo presidente do México.
Os primeiros resultados indicam que ele terá pouco menos de 50% dos votos, contra cerca de 27% de Ricardo Anaya, do Partido de Ação Nacional, e 17% de José Meade, do Partido Revolucionário Institucional, o PRI.
Os dois principais adversários admitiram a derrota, garantia de que não haverá questionamentos quanto ao mandato de Obrador.
Ele foi eleito pelo Morena, o Movimento de Regeneração Nacional, que fez aliança à esquerda com o Partido do Trabalho e à direita com o Encuentro Social, um partido conservador fundado por um pastor neopentecostal.
López Obrador fez campanha numa plataforma de combate à corrupção e à criminalidade, com justiça social.
Porém, ele suavizou sua imagem em relação às campanhas anteriores, muito no estilo Lula.
Assim como o ex-presidente brasileiro, AMLO escreveu uma carta aos investidores prometendo autonomia do Banco Central, equilíbrio orçamentário e respeito à propriedade privada.
Da mesma forma que Lula anunciou que seria "paz e amor", assessores de López Obrador disseram que ele rebateria as críticas de campanha com AMLOve, um trocadilho com a palavra amor em inglês.
A coalizão liderada por López Obrador saiu na frente em cinco das nove disputas estaduais e elegeu a primeira mulher prefeita da Cidade do México, Claudia Sheinbaum.
As parciais relativas à Câmara e ao Senado mostram vantagem da coalizão Morena/PT/ES, mas sem maioria ampla.
López Obrador já foi descrito como um "esquerdista conservador", que deve se concentrar nas questões econômicas.
Um de seus jingles de campanha prometia acabar com "a máfia neoliberal".
A expectativa é de que, feito Lula, deverá implantar ambiciosos programas sociais para enfrentar a pobreza.
Embora muito se tenha falado sobre eventual endurecimento da relação do México com os Estados Unidos, há pelo menos uma coisa em comum entre Donald Trump e AMLO: os dois foram eleitos numa onda anti-establishment, da mesma cepa que provocou o Brexit.