Nesta segunda-feira (25), o Conselho de Segurança das Nações Unidas vota o novo projeto de resolução para um cessar-fogo "imediato" na Faixa de Gaza, que foi apresentado pela França, após a China e Rússia terem vetado a proposta anterior dos Estados Unidos. 
 
A Rússia, China e a ainda a Argélia alegaram que vetaram a proposta de resolução dos EUA por a considerarem "ambígua", além de argumentarem que não exigia diretamente o fim dos combates. A Rússia e a China, membros permanentes do Conselho da ONU, a classificaram como um "espetáculo hipócrita".

O Conselho só aprovou duas resoluções sobre o assunto desde o ataque de 7 de outubro, essencialmente humanitárias. Mas, os resultados são escassos e a ajuda a Gaza continua a ser extremamente insuficiente e a fome é iminente.

Várias outras resoluções políticas foram rejeitadas por vetos norte-americanos, por um lado, e russos e chineses, por outro, ou por um número insuficiente de votos. No entanto, esta resolução, proposta após mais de cinco meses de guerra, marcou a primeira vez que os EUA pediram um cessar-fogo imediato em Gaza no Conselho de Segurança.

A China já anunciou hoje que vai apoiar o novo projeto de resolução no Conselho de Segurança que exige um cessar-fogo “imediato” em Gaza. "A China apoia este projeto de resolução e elogia a Argélia e outros países árabes pelo seu trabalho árduo neste sentido. Esperamos que o Conselho de Segurança o aprove o mais rapidamente possível e envie um sinal forte para o fim das hostilidades”, declarou Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês.
 
"Estamos assistindo ao surgimento de um consenso crescente na comunidade internacional para dizer aos israelitas que o cessar-fogo é necessário, que ouvi nos EUA, ouvi na União Europeia, para não mencionar, claro, o mundo muçulmano, para dizer claramente aos israelitas que qualquer invasão terrestre de Rafah pode significar um desastre humanitário", afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres.
 
Os Estados Unidos também já avisam ao governo de Tel Aviv que avançar com uma operação militar em Rafah seria "um grande erro", além de poder ter consequências para Israel.  

Os ataques aéreos no último domingo em Gaza causaram a morte de 107 pessoas e 176 feridos. Ao todo são mais de 32 mil as vítimas mortais desde o início do conflito, mais de 74 mil palestinos feridos e cerca de oito mil desaparecidos, provavelmente sob escombros causados pelos bombardeios.