O governo da Nicarágua anunciou que expulsou do país o embaixador do Brasil, Breno Souza da Costa. A medida de retaliação foi tomada, segundo a imprensa local, devido à ausência do embaixador brasileiro na celebração que marcou os 45 anos da Revolução Sandinista, que aconteceu em julho.

O governo nicaraguense apresentou o prazo de 15 dias para Breno Souza da Costa sair do país. De acordo com fontes do Itamaraty, a chancelaria do Brasil busca ainda uma solução diplomática para solucionar o caso.

A escalada da tensão diplomática entre os dois países, apesar da longa relação dos seus respectivos presidentes, Daniel Ortega e Luiz Inácio Lula da Silva, teve inicio com a falta de resposta de Ortega a um pedido há mais de um ano de Lula pela libertação do bispo José Álvarez, detido na Nicarágua e que depois foi expulso do país.

Lula ainda era um dos poucos aliados na América Latina de Ortega e protestou contra a repressão aos que contestam o radicalismo do partido no poder e tem tido como um dos principais alvos a Igreja Católica. Bispos e padres têm sido perseguidos, presos ou expulsos do país, e também existem relatos de que diversos destes religiosos foram submetidos a torturas, maus tratos e até mortos.
 
Brasília acusou o governo dessas arbitrariedades e exigiu o fim da perseguição política e policial a religiosos e a outras vozes críticas ao governo de Manágua. Mas, Ortega ignorou os apelos do líder brasileiro, que reagiu com o congelamento das relações diplomáticas entre o Brasil e a Nicarágua por um ano.
 
Após este episódio, os laços estremeceram, e Breno Souza da Costa faltou ao evento por determinação do próprio Lula, como um protesto do governo brasileiro pelas atitudes de Ortega contra religiosos.

Já a ‘Revolução Sandinista’ assinalou a tomada de poder pela Frente Sandinista de Libertação Nacional, comandada há décadas por Daniel Ortega, após a derrubada em 1979 do governo do ditador Anastásio Somoza.