As enchentes na Líbia atingiram um trágico marco, com as autoridades locais relatando que o número de mortos chegou a 11,3 mil, em anúncio feito nesta quinta-feira (14). As inundações devastadoras resultaram principalmente de um volume excepcionalmente alto de chuvas e do rompimento de duas barragens, causando sérias consequências, especialmente na cidade de Derna. Marie el-Drese, secretária-geral do grupo de auxílio Crescente Vermelho Líbia, compartilhou com a Associated Press a informação de que mais de 10,1 mil pessoas estão desaparecidas em Derna devido a essas condições adversas.

As estatísticas e informações divulgadas pelas autoridades líbias podem não ser totalmente precisas devido à divisão política que aflige o país desde 2011, segundo o G1. A divisão entre as regiões leste e oeste levou a um colapso nos serviços públicos, com o governo internacionalmente reconhecido em Trípoli incapaz de exercer controle sobre as áreas orientais, o que dificulta a coleta de dados confiáveis nessas regiões afetadas pelas enchentes.

Nas redes sociais, a página do Facebook intitulada "Os desaparecidos de Derna" surgiu e, em apenas 24 horas desde a sua criação, já continha dezenas de postagens com nomes e fotos de crianças e adultos desaparecidos. Alguns desses registros eram simples menções de sobrenomes. Em resposta à crise, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) anunciou o envio de equipes adicionais à região para a distribuição de ajuda humanitária, destacando que "forneceu 6.000 sacos para cadáveres" para lidar com as vítimas.

O Programa Alimentar Mundial (PAM) também se mobilizou, anunciando em um comunicado na quinta-feira que já estava fornecendo ajuda alimentar a mais de 5.000 famílias deslocadas pelas inundações, salientando que "milhares de famílias em Derna agora enfrentam a escassez de alimentos e abrigo". Além disso, as Nações Unidas, os Estados Unidos, a União Europeia e muitos países do Oriente Médio e do Norte da África prometeram enviar ajuda para a região afetada. Equipes de resgate estrangeiras já estão operando na área, empenhadas em encontrar possíveis sobreviventes e prestar assistência às vítimas. (*Com informações da RFI)