RELIGIÃO

Mais de dois milhões de muçulmanos iniciaram a peregrinação anual a Meca neste domingo(25), no calor intenso do verão saudita, a primeira com tantos fiéis no reino árabe desde a pandemia de covid-19. 

O local mais sagrado do Islã espera receber um número recorde de pessoas este ano. Até sexta-feira, 1,6 milhão de estrangeiros haviam chegado ao local. 

Um funcionário Ministério Saudita do Hajj e Umrah, afirmou, sob anonimato, que "o número de peregrinos ultrapassará os 2,5 milhões". 

O hajj começou no início do domingo com o "tawaf", a caminhada em círculo em torno da Caaba, a  estrutura cúbica no centro da Grande Mesquita para a qual milhões de muçulmanos rezam diariamente. 

"O sonho se tornou realidade", disse o egípcio Abdel Azim, de 65 anos, que economizou por 20 anos para pagar a taxa de seis mil dólares para participar (cerca de 28 mil reais na cotação atual).

"É uma grande bênção, nunca imaginei fazer o hajj este ano", disse Yusuf Burhan, um estudante indonésio de 25 anos. 

Protegidos do sol forte por guarda-chuvas brancos, a polícia patrulhava a pé, enquanto outros funcionários borrifavam água nos peregrinos para refrescá-los em temperaturas que chegam a 45ºC. 

No total, mais de 32.000 profissionais de saúde estarão disponíveis para tratar casos de insolação, desidratação e exaustão, segundo as autoridades sauditas.

O hajj, que custa pelo menos 5 mil dólares por pessoa (23 mil reais), é uma importante fonte de renda para o maior exportador de petróleo do mundo, que tenta diversificar sua economia para além dos combustíveis fósseis. 

O deste ano será a maior desde 2019, quando participaram 2,5 milhões de pessoas. Apenas 10 mil foram autorizados em 2020, em meio à pandemia do coronavírus, e subiram para quase 59 mil em 2021.  

O hajj também demonstra as reformas sociais no país conservador. A peregrinação deste ano será a maior desde que a Arábia Saudita suspendeu as regras em 2021 que impediam as mulheres de participar sem um parente do sexo masculino. 

Deixando a Grande Mesquita após as orações da tarde de sexta-feira, Ramot Ali, do Níger, estava exultante. "Estou muito feliz", resumiu a muçulmana do Níger.