As medidas que Donald Trump aplica contra Cuba são, por sua "crueldade, intensidade e agressividade", "inéditas" em 57 anos de embargo dos Estados Unidos contra a ilha, afirmou nesta sexta-feira o chanceler cubano Bruno Rodríguez.
 
 
 
Pode-se "afirmar categoricamente que medidas da natureza que estão sendo aplicadas nesse momento, com a crueldade, a intensidade, a agressividade e o alcance extraterritorial com que estão se produzindo são inéditas", afirmou Rodríguez na coletiva de imprensa.
 
Mas essas restrições "no arrancarão nenhuma concessão do nosso povo, não arrancarão nenhuma concessão política do nosso governo", assegurou.
 
Cuba enfrenta há nove dias uma crise energética pelas pressões de Washington para impedir o fornecimento de combustível da Venezuela à ilha. Na quinta-feira, os Estados Unidos anunciaram a expulsão de dois diplomatas cubanos nas Nações Unidas.
 
Em uma sala com o ar-condicionado desligado por medida de economia, o chanceler disse que "as medidas sobretudo de bloqueio aos fornecimentos de combustível são uma violação inédita do direito internacional, das regras de convivência da comunidade internacional e que, ao contrário do passado, são anunciadas e proclamadas com orgulho dos efeitos que provocam".
 
O chanceler apresentou à imprensa o relatório de Cuba ao secretário-geral da ONU sobre o embargo contra Cuba que os Estados Unidos mantêm desde 1962 e que teria causado um prejízo de 138,843 bilhões de dólares.
 
O relatório apresentado a António Guterres será avaliado pela Assembleia Geral da ONU nos dias 6 e 7 de novembro.