FRANÇA

Nesta sexta-feira (20), o presidente da França, Emmanuel Macron, agradeceu a Gisèle Pelicot pela sua coragem, um dia após a condenação do ex-marido, Dominique Pelicot, a 20 anos de prisão por abuso e violação sexual. 

"Obrigado, Gisèle Pelicot. Pela palavra Justiça, em nome da qual enfrentou esta provação de cabeça erguida. Por todos nós, porque a sua dignidade e coragem comoveram e inspiraram França e o mundo. E também pelas mulheres, que têm para sempre uma pioneira para falar e lutar", disse. 
 
Os políticos franceses também já haviam Gisèle pela sua bravura, logo depois do veredicto do tribunal criminal de Avignon, no final de um julgamento que teve impacto e repercussão mundial.

Gisèle, de 72 anos, se tornou um verdadeiro símbolo da luta contra a violência sexual as mulheres, que se recusou a manter o anonimato e a um julgamento à porta fechada, condição legal permitida na França as vítimas deste crime, assistindo às sessões com o rosto descoberto "para que a vergonha mude de lado". “Ele que tem que ter vergonha pelo que fez”, afirmou.

Ela foi violada e drogada com ansiolíticos durante uma década pelo agora ex-marido, Dominique Pelicot, que recrutou na internet dezenas de desconhecidos, com idades entre os 27 e os 74 anos, para violar a mulher, desacordada, com a qual foi casado por cerca de 50 anos.

As provas dos crimes foram encontradas pela polícia no computador de Dominique, em 2020, em mais de 20 mil vídeos e fotografias, que levaram os investigadores a contabilizar 72 violadores, mas somente conseguindo identificar 50, todos condenados, na quinta-feira (19), a penas que variaram de três e 18 anos de prisão.

Dominique, de 72 anos, foi primeiramente detido por filmar por baixo das saias de mulheres num supermercado e a partir de então que foi desvendado o que fazia a Gisèle.