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Os perfis antagônicos são retratos da polarização que afeta não apenas os Estados Unidos, mas surge como uma tendência nas democracias, explica Luciana Mello, professora do Centro Universitário IBMR e especialista em história das relações internacionais e gestão de políticas públicas em gênero e raça. “A polarização política atual, na verdade, não é de agora. (...) É importante olhar e perceber que é um movimento quase global. Existe pouca flexibilidade para ouvir, para ponderar as opiniões e os posicionamentos”, explica.
Kamala, ex-procuradora geral da Califórnia, baseia sua plataforma na exaltação da justiça, defendendo alianças internacionais e sublinhando o papel dos EUA na estabilidade global. Em temas como mudanças climáticas, direitos reprodutivos e políticas migratórias, tem projeções de governo consideradas mais progressistas que as de seu adversário. Trump, por sua vez, prioriza o isolacionismo e a segurança doméstica, prometendo cortar gastos externos e focar a economia interna, mas demonstra uma moral mais “elástica” em relação a regimentos da Constituição do país – ele enfrenta diversas acusações criminais, inclusive pela invasão ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, executada por eleitores republicanos inflamados por ele.
Mobilização
Nos EUA, onde o voto não é obrigatório, o desafio central para candidatos, historicamente, consiste em mobilizar suas bases. A escolha partidária no país, por sua vez, tende a ser transmitida de pais para filhos, como outras questões culturais, e a participação no pleito é coerente com os valores políticos assimilados na formação dos cidadãos.
A campanha eleitoral de 2024, no entanto, reflete a ascensão das redes sociais como campos de batalha que moldam percepções políticas em tempo real, principalmente entre as novas gerações, mais propensas a uma decisão individualizada e, portanto, a uma “virada de voto”. Em outras palavras, para os mais jovens, o partido tende a pesar menos que as ideias, efetivamente.
Entretanto, esse cenário é, também, fortemente influenciado pelas fake news. “Nós estamos vivendo, globalmente, um momento da humanidade em que tudo é muito instantâneo e rápido. Para utilizar o conceito do (filósofo Zygmunt) Bauman, são sociedades líquidas. Nessa velocidade, as fake news acabam tendo um espaço para se proliferarem, porque as pessoas, por vezes, não têm mais a paciência de investigar o que estão lendo”, explica a especialista.
Analistas preveem uma disputa apertada, com a alta polarização nas redes sociais alimentando um comparecimento significativo às urnas, com maior engajamento entre latinos e afro-americanos comparado a 2020. Esta eleição, vista como “existencial” pelos americanos, promete definir não apenas a próxima liderança, mas a visão da América que prevalecerá.
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Os perfis antagônicos são retratos da polarização que afeta não apenas os Estados Unidos, mas surge como uma tendência nas democracias, explica Luciana Mello, professora do Centro Universitário IBMR e especialista em história das relações internacionais e gestão de políticas públicas em gênero e raça. “A polarização política atual, na verdade, não é de agora. (...) É importante olhar e perceber que é um movimento quase global. Existe pouca flexibilidade para ouvir, para ponderar as opiniões e os posicionamentos”, explica.
Kamala, ex-procuradora geral da Califórnia, baseia sua plataforma na exaltação da justiça, defendendo alianças internacionais e sublinhando o papel dos EUA na estabilidade global. Em temas como mudanças climáticas, direitos reprodutivos e políticas migratórias, tem projeções de governo consideradas mais progressistas que as de seu adversário. Trump, por sua vez, prioriza o isolacionismo e a segurança doméstica, prometendo cortar gastos externos e focar a economia interna, mas demonstra uma moral mais “elástica” em relação a regimentos da Constituição do país – ele enfrenta diversas acusações criminais, inclusive pela invasão ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, executada por eleitores republicanos inflamados por ele.
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Nos EUA, onde o voto não é obrigatório, o desafio central para candidatos, historicamente, consiste em mobilizar suas bases. A escolha partidária no país, por sua vez, tende a ser transmitida de pais para filhos, como outras questões culturais, e a participação no pleito é coerente com os valores políticos assimilados na formação dos cidadãos.
A campanha eleitoral de 2024, no entanto, reflete a ascensão das redes sociais como campos de batalha que moldam percepções políticas em tempo real, principalmente entre as novas gerações, mais propensas a uma decisão individualizada e, portanto, a uma “virada de voto”. Em outras palavras, para os mais jovens, o partido tende a pesar menos que as ideias, efetivamente.
Entretanto, esse cenário é, também, fortemente influenciado pelas fake news. “Nós estamos vivendo, globalmente, um momento da humanidade em que tudo é muito instantâneo e rápido. Para utilizar o conceito do (filósofo Zygmunt) Bauman, são sociedades líquidas. Nessa velocidade, as fake news acabam tendo um espaço para se proliferarem, porque as pessoas, por vezes, não têm mais a paciência de investigar o que estão lendo”, explica a especialista.
Analistas preveem uma disputa apertada, com a alta polarização nas redes sociais alimentando um comparecimento significativo às urnas, com maior engajamento entre latinos e afro-americanos comparado a 2020. Esta eleição, vista como “existencial” pelos americanos, promete definir não apenas a próxima liderança, mas a visão da América que prevalecerá.