WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - A primeira-dama Janja Lula da Silva, terá um encontro com Jill Biden, mulher do presidente americano, Joe Biden, durante a visita de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Washington nesta sexta (10). Quando os dois líderes entrarem no Salão Oval, as duas primeiras-damas vão a outra sala na Casa Branca para um chá.

A comitiva brasileira chega à capital americana às 16h10 desta quinta (9). Além de Janja, acompanham o petista os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Fernando Haddad (Fazenda), Marina Silva (Meio Ambiente) e Anielle Franco (Igualdade Racial), além do assessor especial Celso Amorim. Também viajam o secretário do Ministério do Desenvolvimento Econômico Márcio Elias Rosa e o senador Jaques Wagner.

A agenda nos EUA tem sido tratada como uma reunião para a retomada das relações, após um período em que Biden e Jair Bolsonaro (PL) conviveram no poder de forma fria em grande parte do tempo. Por isso, não há expectativa de grandes anúncios. Diferentemente das últimas visitas presidenciais a Washington, como as de Emmanuel Macron (França) e de Volodimir Zelenski (Ucrânia), não há previsão de entrevista coletiva de Biden e Lula depois do encontro ou mesmo de um comunicado conjunto.

Na pauta dos dois presidentes está a defesa da democracia, dos direitos humanos e do ambiente, o que inclui a questão indígena e a crise dos yanomamis, segundo o governo brasileiro. Biden também deve abordar a Guerra da Ucrânia com Lula, ainda que o petista tenha reiterado que não tomará parte no conflito armado. Assim, o tema deve circular pela pauta da segurança alimentar e energética, em meio ao aumento dos preços de combustíveis e de alimentos no mundo inteiro desde o começo da invasão russa.

Na pauta econômica, os presidentes devem discutir a integração da cadeia de produção de semicondutores, num momento em que os EUA fecham o cerco ao mercado de chips da China.

Lula se hospedará na Blair House, residência do governo americano onde ficam líderes estrangeiros. O presidente brasileiro afirmou que preferia ficar em um hotel, mas foram levadas em conta questões de segurança, devido à agressividade de alguns apoiadores de Bolsonaro e à possibilidade de manifestações.

Na Blair House, o esquema de segurança não permite nenhum tipo de protesto não pacífico, e o acesso à praça onde a residência está localizada é restrito durante a visita de delegações do exterior.

No local, o petista receberá o senador americano Bernie Sanders pela manhã e se encontrará com deputados do Partido Democrata logo depois. À tarde, participa de encontro com representantes da AFL-CIO (Federação Americana de Trabalho e Congresso de Organizações Industriais), maior central sindical do país. Depois, será recebido por Biden na Casa Branca. Ele volta ao Brasil no sábado (11).

Embora o governo brasileiro venha divulgando que a visita de Lula a Washington acontece no ano em que as relações entre Brasil e EUA completam 200 anos, a embaixada americana afirma, em texto oficial, que a Casa Branca reconheceu a independência brasileira apenas em 1824, quando o então presidente, James Monroe, recebeu José Silvestre Rebello como encarregado de negócios nos EUA.