O exército israelense a continua a pedir a evacuação da cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, onde cerca de 360 mil pessoas já fugiram durante a última semana antes da grande ofensiva terrestre, informou a Organização das Nações Unidas. A cidade de Rafah abriga aproximadamente 1,4 milhões de refugiados.
 
As tropas de Israel também ocuparam o lado palestino da passagem de Rafah, que liga o enclave palestino ao Egito, e constitui um dos principais pontos de entrada da ajuda humanitária na região, que se encontra fechado. A ONU e a Organização Mundial da Saúde apelam pela reabertura que impede a entrega de ajuda humanitária. O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, declarou que o aumento dos ataques leva a incontáveis %u200B%u200B%u200B%u200Bmais vítimas civis, além de numerosas famílias, doentes, tiveram novamente que ser forçadas a fugir, sem ter para onde ir. “Um ataque em grande escala a Rafah será uma catástrofe humana”, alertou.

Já o ministro da Defesa israelense, em conversa com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse que a operação em Rafah será de precisão. Segundo o jornal The Times of Israel, Gallant afirmou que o governo israelense não será dissuadido de completar os objetivos de guerra de resgatar os reféns e eliminar o Hamas. No entanto, Blinken advertiuu Gallant contra a realização de uma grande operação em Rafah, a qual Washington se opõe, mas assegurou que os EUA mantêm o firme compromisso com a segurança de Israel, de acordo com o comunicado do Departamento de Estado.
 
Porém, com o número de mortos em Gaza a ultrapassar os 35 mil mortos, a situação em Rafah, que se tornou o último refúgio da população de Gaza, está cada vez mais crítica, após o exército ter imposto este fim de semana novas deslocações forçadas a uma população que não tem para onde ir.  As fontes oficiais do Hospital Kuwait, uma das poucas unidades de saúde que ainda funciona na região, notificou que ontem pelo menos 15 palestinos foram mortos num ataque aéreo e de artilharia, incluindo quatro crianças e cinco mulheres. 
 
"O êxodo continua. As autoridades israelenses estão forçando a população de Rafah a fugir para qualquer lugar. As afirmações sobre zonas seguras são falsas e enganadoras. Não há nenhum lugar seguro em Gaza", denunciou o comissário da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA), Philippe Lazzarini, na rede social X.

“No norte de Gaza, os bombardeios e outras ordens de evacuação também criaram mais deslocações e medo para milhares de famílias. Não há lugar para onde ir. Não há segurança sem um cessar-fogo", acrescentou Lazzarini.
 
No domingo, a Forças de Defesa de Israel (FDI) anunciaram a abertura de uma nova passagem humanitária no norte de Gaza, em coordenação com os EUA, chamada de Erez Ocidental, com o objetivo de enviar mais ajuda humanitária, num momento em que a ofensiva em Rafah continua a agravar a situação humanitária no território.