Sputnik - A Venezuela firmou um contrato-chave para trocar seu petróleo pesado por condensado iraniano, podendo usá-lo para melhorar a qualidade de seu petróleo bruto, com as primeiras cargas previstas para chegar nesta semana. Uma fonte próxima das duas partes contou que o acordo deverá durar seis meses em sua primeira fase, mas poderá ser prorrogado. De igual modo, por enquanto, os ministérios do Petróleo da Venezuela e do Irã, bem como as empresas PDVSA (venezuelana) e NIOC (iraniana), ainda não responderam a pedidos de comentários, reporta a agência Reuters.


O Departamento do Tesouro dos EUA teme que este pacto entre a Venezuela e o Irã consiga combater as sanções norte-americanas contra ambas as nações, pelo que Washington manterá as medidas punitivas.

O programa de sanções dos EUA não só proíbe os cidadãos norte-americanos de fazerem negócios com os setores petrolíferos do Irã e da Venezuela, como também ameaça impor "sanções secundárias" contra qualquer entidade não estadunidense que realize transações com as companhias petrolíferas de ambos os países.


As sanções secundárias podem incluir uma série de penalidades, entre estas o corte do acesso ao sistema financeiro dos EUA, multas ou o congelamento de ativos nos EUA. 

Em Washington, uma fonte familiarizada com o assunto disse que o acordo entre a Venezuela e o Irã tem estado sob vigilância do governo dos EUA como uma provável violação das sanções nos últimos meses, mas eles querem ver até onde isso vai durar em termos práticos.


Em uma reunião na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, na quarta-feira (22), os ministros das Relações Exteriores da Venezuela e do Irã declararam publicamente seu compromisso com um comércio bilateral mais forte, apesar das tentativas de bloqueio dos EUA.

As autoridades norte-americanas estão preocupadas com o fato de os carregamentos de diluentes iranianos poderem ajudar a dar suporte financeiro ao presidente Nicolás Maduro enquanto ele negocia as eleições com a oposição venezuelana.