Dontae Sharpe, condenado em 1995 pelo homicídio de George Radcliffe, foi inocentado nesta sexta-feira, pelo governador do estado norte-americano da Carolina do Norte, Roy Cooper, após 24 anos de prisão.
 
Contam os meios de comunicação social norte-americanos que Dontae deverá pedir agora uma indenização que ultrapassa os 750 mil dólares, cerca de 4.125 milhões de reais, pela sua condenação “injusta”.

Para o governador não há dúvidas que Dontae, assim como outros cidadãos que foram condenados injustamente, “merecem que a injustiça cometida contra eles seja publicamente reconhecida”.

Dontae foi condenado a prisão perpétua aos 19 anos, em 1995, pelo homicídio, em primeiro grau, de George Radcliffe, de 33. Na altura, o jovem arguido foi acusado de matar a vítima devido a tráfico de drogas.

O afro-americano sempre se declarou inocente e recusou mesmo, durante mais de duas décadas, aceitar ofertas por uma sentença mais leve em troca de uma confissão. Em 2019, durante uma entrevista, Dontae disse que tinha fé de que mais cedo ou mais tarde a sua inocência ficasse provada.

Dontae foi condenado com base numa testemunha que tinha, na altura, 15 anos. A adolescente alegou que viu o afro-americano a matar George Radcliffe. Posteriormente, a garota mudou o seu depoimento, garantindo que não tinha testemunhado o tiroteio, que tinha inventado essas informações com base no que os investigadores lhe tinham dito sobre o crime.

Durante anos Dontae tentou que um novo julgamento fosse realizado, mas sem sucesso.

O homem, que foi agora libertado, espera ajudar outros reclusos inocentes a lutarem por justiça. “A minha liberdade estará sempre incompleta enquanto houver pessoas a serem presas injustamente”, declarou aos jornalistas.