HOLLYWOOD


Condenado por estupro e agressão sexual há duas semanas, o ex-produtor de Hollywood Harvey Weinstein, de 67, foi sentenciado nesta quarta-feira (11) a 23 anos de prisão pelo juiz James Burke de Manhattan.

O famoso produtos de Hollywood enfrentava uma pena mínima de cinco anos e uma máxia de 29 anos de prisão.

A sentença pronunciada é uma vitória para o movimento #MeToo, após um veredicto histórico em 24 de fevereiro.

O júri considerou Weinstein culpado de agressão sexual em primeiro grau por praticar sexo oral forçado na ex-assistente de produção Mimi Haleyi, em julho de 2006.

O produtor de filmes como "Pulp Fiction" e "Shakespeare Apaixonado" também foi declarado culpado de estupro em terceiro grau da ex-atriz Jessica Mann em março de 2013.

Foi considerado inocente do crime de estupro em primeiro grau de Mann, assim como de duas acusações de ser um predador sexual, os delitos mais graves no processo e que poderiam levá-lo à prisão perpétua.

Weinstein chegou ao tribunal em uma cadeira de rodas.

"Não sou a mesma pessoa que era quando essa crise começou", declarou ao juiz, pedindo clemência antes de saber a sentença.

"Talvez nunca mais veja os meus filhos", acrescentou o produtor, ressaltando que não tinha tanto poder como se diz.

Ele afirmou ainda que sua companhia era "pequena" e comparou as denúncias contra homens poderosos acusados de assédio e agressão sexual com a perseguição dos comunistas lançada pelo senador Joseph McCarthy na Guerra Fria. 

"Estou preocupado com este país", concluiu.

Os procuradores pediram a Burke uma sentença dura, já que Weinstein cometeu abusos "durante toda sua vida" e mostrou "uma total falta de remorsos" por suas ações.

Em uma carta, também solicitaram ao juiz que considerasse outras 36 acusações de assédio e de agressão sexual contra Weinstein, que datam dos anos 1970 e que não fizeram parte do processo.

Weinstein "mostrou uma atitude de superioridade e uma total falta de compaixão pelo próximo", escreveu a promotora Joan Illuzzi.

Já a defesa pediu ao juiz que aplicasse a pena mínima, porque Weinstein é um profissional bem-sucedido que ganhou dezenas de Oscars.

"Sua história de vida, suas conquistas, suas lutas são simplesmente notáveis e não devem ser ignoradas, devido ao veredicto do júri", alegou.

Os advogados do produtor asseguram que uma sentença maior ao mínimo equivale a uma pena de morte, já que, segundo as estatísticas, um homem branco como Weinstein não viverá mais de 12 anos.

Suas acusadoras - Jessica Mann, de 34 anos, e Mimi Haleyi, de 42 - falaram diretamente ao juiz.

"O incidente com Harvey Weinstein mudou o curso da minha vida. Esmagou parte da minha alma", disse Haleyi.

"Agora estou aliviada por saber que não está acima da lei", afirmou ainda, acrescentando que a sentença de Weinstein vai ajudá-la a processar a "vergonha" e a "culpa" que sentiu pelo que aconteceu.

"Esse homem roubou meu corpo" e "sou obrigada a carregar o fardo dessa experiência comigo até morrer", declarou Jessica Mann.

Na terça-feira, vários jornais americanos publicaram documentos judiciais mostrando que Weinstein pediu ajuda aos bilionários Jeff Bezos e Michael Bloomberg quando foi alvo de um tsunami de acusações de agressão sexual em outubro de 2017.

Pai de cinco filhos, o produtor de cinema não foi preso imediatamente após o veredicto, porque começou a sentir palpitações e dores no peito. Foi levado para um hospital, onde ficou vários dias internado.

Foi submetido a uma cirurgia cardíaca e, em 5 de março, transferido para o presídio de Rykers Island, no Bronx

O ex-produtor de Hollywood Harvey Weinstein foi sentenciado nesta quarta-feira a 23 anos de prisão pelo juiz James Burke, de Manhattan, depois de ter sido condenado por agressão sexual e estupro há duas semanas. 

O famoso magnata de Hollywood, de 67 anos, enfrentava uma pena mínima de cinco anos e máxima de 29 anos de prisão. Ele foi declarado culpado em 24 de fevereiro.