O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza acusou hoje Israel de matar 20 pessoas numa fila para receber ajuda humanitária. “A ocupação israelita cometeu um novo massacre contra milhares de bocas famintas”, disse Ashraf al-Qudra, porta-voz do ministério, apontando 20 mortos e 150 feridos no alegado ataque.

Diversas testemunhas entrevistadas pela agência France-Presse (AFP) afirmam ter sido alvo do Exército israelense.

"As pessoas foram procurar comida e farinha porque não tinham nada para comer. E de repente chegaram tanques e começaram a disparar contra as pessoas, que foram cortadas em pedaços", testemunhou Abou Ata Basal, tio de um dos feridos.

“Íamos buscar farinha e eles nos bombardearam”, relatou Mohammed al-Rifi, ferido na mão e na perna.

Em Gaza, ambulâncias, com sirenes ligadas, afluíram às urgências do hospital al-Shifa, segundo jornalistas da AFP, cujas imagens mostravam dezenas de pessoas aglomeradas na unidade de saúde e vários feridos sendo tratados no chão, coberto de compressas manchadas de sangue.

Além disso, forças israelitas abriram fogo contra um grupo de cinco civis palestinos desarmados, sendo ainda que um deles agitava uma bandeira branca, em Khan Younis. O momento foi filmado por uma equipe de reportagem do canal ITV News. Um dos civis morreu no local.

O Ministério da Saúde de Gaza também divulgou o novo balanço de mortos que chegou a 25.900 palestinos e mais de 64 mil feridos.

Já o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (ICRC) pediu “ações concretas” para preservar serviços médicos “cruciais” na Faixa de Gaza. A organização garantiu que apenas dois hospitais estão com capacidade para prestar cuidados médicos avançados, como cirurgias, em um território que tem mais de dois milhões de pessoas.

Enquanto isso, os hospitais Nasser e Al Amal, na cidade de Khan Younis, estão numa situação precária, e continuam sitiados pelas tropas israelitas.