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Guterres admitiu que falou das queixas do povo palestino, mas salientou que ao fazê-lo, também afirmou que elas não justificavam os ataques do Hamas (Foto: Maxim Shemetov / AFP)
O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse hoje estar chocado com as interpretações erradas das declarações que fez ontem, no Conselho de Segurança, e negou ter justificado os atos de terror do Hamas. "Isto é falso. Foi o oposto", garantiu.
"No início do meu discurso de ontem afirmei claramente e volto a citar: 'Condenei inequivocamente os horríveis e sem precedentes atos de terror de 7 de outubro cometidos pelo Hamas em Israel. Nada pode justificar o assassinato, o ataque e o rapto deliberados de civis ou o lançamento de foguetes contra alvos civis'", apontou.
Guterres admitiu que falou das queixas do povo palestino, mas salientou que ao fazê-lo, também afirmou: "Mas as queixas do povo palestino não podem justificar os terríveis ataques do Hamas".
Vozes dissonantes no cenário global
O governo alemão tem confiança em António Guterres, disse o porta-voz do chanceler da Alemanha Olaf Scholz, e não vai pedir a demissão do secretário-geral da ONU.
Já um porta-voz de Rishi Sunak afirmou que o primeiro-ministro britânico discorda da posição de Guterres sobre o conflito. "Obviamente, não concordamos com a caracterização apresentada. É claro que não há nem pode haver justificação para o bárbaro ataque terrorista do Hamas, que foi motivado pelo ódio e pela ideologia", disse.
O diretor-executivo da Anistia Internacional, Pedro Neto, apoiou as declarações do secretário-geral da ONU, que condenaram o ataque do Hamas a Israel, mas lembraram que o povo palestino é reprimido há 56 anos. “Disse a verdade”, afirmou Neto, considerando ainda completamente desproporcional a reação do embaixador israelita nas Nações Unidas, que pediu a demissão de Guterres.
“Qualquer interpretação de condenar o sistema de ‘apartheid’ em que os palestinos vivem e que é imposto por Israel não significa apoiar o terrorismo do Hamas. É completamente abusivo e desproporcionado fazer esta interpretação. Guterres está fazendo bem o seu papel, não podendo haver dúvidas de que condena os atos de terror do Hamas e os abusos de direitos humanos do exército e do Governo de Israel para com o povo palestino.
Mas, esta polarização favorece tanto o Hamas como as autoridades israelitas porque nos distrai do essencial que é a proteção dos civis inocentes”, conclui o diretor-executivo em Portugal da organização internacional de defesa dos direitos humanos.
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Guterres admitiu que falou das queixas do povo palestino, mas salientou que ao fazê-lo, também afirmou que elas não justificavam os ataques do Hamas (Foto: Maxim Shemetov / AFP)
O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse hoje estar chocado com as interpretações erradas das declarações que fez ontem, no Conselho de Segurança, e negou ter justificado os atos de terror do Hamas. "Isto é falso. Foi o oposto", garantiu.
"No início do meu discurso de ontem afirmei claramente e volto a citar: 'Condenei inequivocamente os horríveis e sem precedentes atos de terror de 7 de outubro cometidos pelo Hamas em Israel. Nada pode justificar o assassinato, o ataque e o rapto deliberados de civis ou o lançamento de foguetes contra alvos civis'", apontou.
Guterres admitiu que falou das queixas do povo palestino, mas salientou que ao fazê-lo, também afirmou: "Mas as queixas do povo palestino não podem justificar os terríveis ataques do Hamas".
Vozes dissonantes no cenário global
O governo alemão tem confiança em António Guterres, disse o porta-voz do chanceler da Alemanha Olaf Scholz, e não vai pedir a demissão do secretário-geral da ONU.
Já um porta-voz de Rishi Sunak afirmou que o primeiro-ministro britânico discorda da posição de Guterres sobre o conflito. "Obviamente, não concordamos com a caracterização apresentada. É claro que não há nem pode haver justificação para o bárbaro ataque terrorista do Hamas, que foi motivado pelo ódio e pela ideologia", disse.
O diretor-executivo da Anistia Internacional, Pedro Neto, apoiou as declarações do secretário-geral da ONU, que condenaram o ataque do Hamas a Israel, mas lembraram que o povo palestino é reprimido há 56 anos. “Disse a verdade”, afirmou Neto, considerando ainda completamente desproporcional a reação do embaixador israelita nas Nações Unidas, que pediu a demissão de Guterres.
“Qualquer interpretação de condenar o sistema de ‘apartheid’ em que os palestinos vivem e que é imposto por Israel não significa apoiar o terrorismo do Hamas. É completamente abusivo e desproporcionado fazer esta interpretação. Guterres está fazendo bem o seu papel, não podendo haver dúvidas de que condena os atos de terror do Hamas e os abusos de direitos humanos do exército e do Governo de Israel para com o povo palestino.
Mas, esta polarização favorece tanto o Hamas como as autoridades israelitas porque nos distrai do essencial que é a proteção dos civis inocentes”, conclui o diretor-executivo em Portugal da organização internacional de defesa dos direitos humanos.