O governo do presidente Donald Trump, nos Estados Unidos, usou o Brasil como exemplo de segurança no sistema eleitoral e citou regras brasileiras que poderiam ser copiadas naquele país. Ele assinou, nesta semana (25 de março), um decreto mudando exigências para a eleição e disse que os Estados Unidos precisa aprimorar processos e tornar o controle de eleitores mais rígido. O sistema do Brasil foi elogiado, junto ao da Índia, por utilizar o sistema biométrico para identificar eleitores.

No documento, chamado “Restaurando a Confiança nas Eleições Americanas”, elaborado pelo governo dos Estados Unidos, aparece a preocupação de que o país aumente o rigor contra fraudes eleitorais.

“Os Estados Unidos estão atrás de outras nações na aplicação de proteções eleitorais básicas e necessárias. A Índia e o Brasil vinculam a identificação do eleitor a um banco de dados biométrico, enquanto os Estados Unidos dependem amplamente da autodeclaração de cidadania”, diz o documento do governo.

O governo americano determinou uma série de exigências para evitar o voto de estrangeiros e imigrantes ilegais, além de exigir maior rigor no controle do voto por correio. De acordo com o texto, a liberação de verbas está relacionada ao cumprimento destas medidas. 

“Os fundos federais relacionados às eleições estarão condicionados ao cumprimento pelos estados das medidas de integridade estabelecidas pela lei federal, incluindo a exigência de que os estados usem o formulário nacional de registro de eleitores pelo correio, que agora exigirá comprovação de cidadania”, diz o texto do decreto de Trump.

Entenda o sistema de votos nos EUA
O sistema de votação do Colégio Eleitoral dos EUA é de voto indireto. Ou seja, a população não vota diretamente no candidato que quer eleger para a Presidência, mas sim nos delegados do partido em seu Estado. No Brasil, por exemplo, a votação é direta e vence a eleição quem tiver a maioria dos votos da população, nos Estados Unidos vence quem tiver maioria entre os Estados mais populosos.

Cada Estado tem um número de delegados proporcional à sua população, totalizando 538. Isso inclui três no Distrito de Colúmbia. 

Qualquer um pode ser delegado. As exceções são funcionários públicos federais e membros do Senado ou da Câmara dos Representantes. 

Em cada Estado, os partidos submetem a lista dos candidatos à secretaria eleitoral de cada Estado para registro. Depois, as siglas se reúnem em convenções ou comitês para escolher os potenciais delegados.