Jonatan Diniz, de 31 anos, está bem e detido em um edifício de segurança, conforme governo venezuelano. Família estava sem notícias do brasileiro desde 26 de dezembro.

Por G1 SC

Brasileiro que estava desaparecido está detido, diz governo da Venezuela

Brasileiro que estava desaparecido está detido, diz governo da Venezuela

O Governo da Venezuela informou ao Itamaraty que o brasileiro Jonatan Moisés Diniz, de 31 anos, está detido em um edíficio de segurança no país. A família estava sem notícias desde o dia 26 de dezembro. O governo venezuelano não detalhou exatamente o paradeiro, se é uma prisão ou delegacia, mas informou que Jonatan está bem, como mostrou o Jornal Hoje desta sexta-feira (5). O consulado brasileiro aguarda autorização para visitar Jonatan, o que deve ocorrer ainda nesta sexta.

O brasileiro teria sido preso dia 26 de dezembro e a prisão anunciada por um chavista no dia 27. A família do designer gráfico diz que ele estava na Venezuela para fazer trabalho social com crianças e até a manhã desta sexta-feira aguardava por notícias do brasileiro.

A mãe dele, Renata Diniz, divulgou um áudio enviado pelo filho contando como foi a festa de Natal que ele organizou no país. “Atendemos mais de 600 crianças. Acabou de dar 600 presentes pra 600 crianças que tavam morrendo de fome, de desnutrição e pobreza”, disse Jonatan para a mãe.

Ela mora em Balneário Camboriú e falava com o filho pelo celular. A última mensagem que ela enviou, no dia 27 de dezembro, não foi nem recebida.

”Está deixando a gente bastante aflita e pedindo que qualquer órgão, qualquer meio de comunicação que possa nos ajudar, para que ande mais rápido, para que agilize isso, para que a gente tenha pelo menos uma notícia de onde ele está, como ele está, se está bem de saúde”, disse a mãe.

Jonatan cresceu em Balneário Camboriú. Depois de ficar dois anos nos Estados Unidos, no dia 15 de dezembro ele foi pra Venezuela para ajudar crianças carentes, segundo a família.

A prisão foi anunciada pelo militar e político venezuelano Diosdado Cabello, em seu programa de televisão no dia 27 de dezembro. Ele acusa o brasileiro de presidir uma ONG de fachada, e de ser, na verdade, membro de uma organização criminosa. Outras três pessoas, todas venezuelanas, também teriam sido presas. A família contesta essa versão.

“A gente as vezes não compreendia direito a gravidade da situação. Até que ele começou a colocar imagens do que estava vendo lá, que tinha visto criança morrer, que via pais e mães chorando porque não conseguiam mais alimentar seus filhos. Então, a gente começou a entender a proporção do problema lá”, afirmou o irmão de Jonatan, Juliano Diniz.

Na quinta-feira (4), o Itamaraty emitiu uma nota dizendo que as autoridades policiais não tinham respondido aos questionamentos, apesar dos reiterados pedidos brasileiros, formalizados por notas diplomáticas.

Conforme o Jornal Hoje, o Itamaraty teve que insistir muito via Polícia Federal e Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para conseguir notícias do brasileiro.

“A Venezuela está infringindo essas normas e tratados que ela é signatária, mas isso não é de hoje, isso é preocupante”, diz Alex Casado, presidente de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil em Santa Catarina.

Família aguardava até a manhã desta sexta informações sobre brasileiro preso na Venezuela (Foto: Luiz Souza/NSC TV)

Família aguardava até a manhã desta sexta informações sobre brasileiro preso na Venezuela (Foto: Luiz Souza/NSC TV)