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O governo da Colômbia pediu perdão na sexta-feira (11) pela violência policial que matou um homem anteontem, sem conseguir frear protestos que, em dois dias, já deixaram 13 mortos, a maioria supostamente baleados em confrontos com forças públicas.
"Estou farto do abuso da polícia. Temos que mostrar que o povo está furioso, embora eu veja policiais e sinta medo", declarou o músico Camilo Medina, 20, que voltou a protestar nas ruas.
Menos cheias que nos dias anteriores, as manifestações avançaram nesta sexta-feira pelo terceiro dia consecutivo em Bogotá e Medellín, entre outras cidades, com choques esporádicos entre manifestantes e uniformizados.
Em uma tentativa de aplacar os protestos, o ministro da Defesa, Carlos Holmes Trujillo, pediu perdão público, em nome da polícia, por um caso de brutalidade policial que custou a vida de um homem e deflagrou violentos protestos que deixaram 11 mortos. Acompanhado dos comandos policiais, o ministro manifestou sua "dor e indignação" pela morte de Javier Ordóñez, 43 anos, em um bairro do oeste de Bogotá nesta quarta-feira.
"A Polícia Nacional pede perdão por qualquer violação da lei, ou desconhecimento das normas, em que tenha incorrido qualquer um dos membros da instituição", declarou o ministro. A polícia colombiana responde à pasta da Defesa.
A defesa da vítima afirma que os policiais "massacraram" Ordóñez a golpes, no posto policial para onde ele foi levado. Lá, foi submetido a repetidos choques com uma arma elétrica. "Tenho as fotos de como a vítima ficou (…) Javier foi massacrado. Cometeu-se um crime de homicídio agravado e um delito de tortura pelo menos, um abuso de autoridade", declarou o advogado Vadith Gómez à Blu Rádio.
O certificado de óbito não foi revelado, mas veículos da imprensa local disseram ter dito a informações que confirma a declaração do advogado da defesa.
Enquanto avança a investigação penal na Procuradoria, a polícia abriu um processo interno contra dois agentes "pelo suposto delito de abuso de autoridade e de homicídio", acrescentou Holmes Trujillo. Também "decidiu-se suspender outros cinco policiais", completou.
A morte de Ordóñez, um engenheiro que estava perto de concluir seus estudos de direito, deflagrou violentos protestos contra a violência policial que deixaram 13 mortos - a maioria jovens de 17 a 27 anos baleados em Bogotá e arredores, segundo um balanço recente -, além de desencadear uma onda de ataques contra postos da polícia em Bogotá.
Autoridades também deram conta de 209 civis e 194 uniformizados feridos. Segundo a prefeitura de Bogotá, 72 cidadãos foram atingidos por tiros. Cerca de 2 mil policiais e militares foram convocados para reforçar a segurança na capital.
Iniciados na quarta-feira, os protestos se espalharam no dia seguinte para outras cidades, como Cali e Medellín, onde também houve fortes confrontos entre manifestantes e policiais.
- 'Massacre de jovens' -
A prefeita de Bogotá, Claudia López, opositora do governo, afirmou ter "provas sólidas do uso indiscriminado" da força e de armas de fogo por policiais contra os manifestantes. Vídeos que circulam nas redes sociais, alguns deles compartilhados por autoridades, mostram policiais que são atacados e respondem com tiros.
Claudia tuitou nesta sexta que houve mais oito feridos na véspera por armas de fogo, e voltou a sugerir que, por trás do ocorrido, estão integrantes das forças públicas. "Desobedeçaram ordens expressas e públicas da prefeitura. A quem obedecem, então?", questionou.
"O que ocorreu nos últimos dias é brutal, grave, um autêntico massacre de jovens em nossa cidade", acrescentou a prefeita posteriormente, em pronunciamento transmitido nas redes sociais.
Após uma reunião com o presidente Iván Duque, Claudia informou que pediu a retirada dos uniformizados que usaram pistolas durante os protestos, bem como uma reforma policial para que deixe a esfera militar e se converta "em um órgão civil que responda ante a cidadania, o que foi descartado pelo presidente conservador, mas poderia ser implementado por entidades de controle, indicou.
O presidente Iván Duque prometeu nesta sexta investigar os supostos abusos policiais e reprovou os ataques à polícia. "É doloroso ver esses atos de vandalismo e violência após estes meses dolorosos de pandemia", declarou na TV.
- UE critica brutalidade policial
Estes episódios recentes de brutalidade policial na Colômbia devem ser alvo de uma investigação "profunda e rápida", defendeu o porta-voz da Comissão Europeia, Peter Stano, nesta sexta.
"Todo uso excessivo da violência por parte daqueles que são responsáveis por proteger os cidadãos deve ser profunda e rapidamente investigado", afirmou Stano, em um breve comunicado.
Ele também mencionou a adoção de "medidas institucionais" para evitar a repetição dos fatos, "em conformidade com a Constituição da Colômbia e com os padrões internacionais".
"Apoiamos os apelos a todas as partes para que mantenham a paz e a calma e construam confiança, para evitar uma escalada", completou.
Stano disse ainda que "o direito ao protesto pacífico é essencial a toda democracia e começa com uma recusa inequívoca de qualquer ato de vandalismo e violência que se proponha a gerar medo e desordem".
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O governo da Colômbia pediu perdão na sexta-feira (11) pela violência policial que matou um homem anteontem, sem conseguir frear protestos que, em dois dias, já deixaram 13 mortos, a maioria supostamente baleados em confrontos com forças públicas.
"Estou farto do abuso da polícia. Temos que mostrar que o povo está furioso, embora eu veja policiais e sinta medo", declarou o músico Camilo Medina, 20, que voltou a protestar nas ruas.
Menos cheias que nos dias anteriores, as manifestações avançaram nesta sexta-feira pelo terceiro dia consecutivo em Bogotá e Medellín, entre outras cidades, com choques esporádicos entre manifestantes e uniformizados.
Em uma tentativa de aplacar os protestos, o ministro da Defesa, Carlos Holmes Trujillo, pediu perdão público, em nome da polícia, por um caso de brutalidade policial que custou a vida de um homem e deflagrou violentos protestos que deixaram 11 mortos. Acompanhado dos comandos policiais, o ministro manifestou sua "dor e indignação" pela morte de Javier Ordóñez, 43 anos, em um bairro do oeste de Bogotá nesta quarta-feira.
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A defesa da vítima afirma que os policiais "massacraram" Ordóñez a golpes, no posto policial para onde ele foi levado. Lá, foi submetido a repetidos choques com uma arma elétrica. "Tenho as fotos de como a vítima ficou (…) Javier foi massacrado. Cometeu-se um crime de homicídio agravado e um delito de tortura pelo menos, um abuso de autoridade", declarou o advogado Vadith Gómez à Blu Rádio.
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A prefeita de Bogotá, Claudia López, opositora do governo, afirmou ter "provas sólidas do uso indiscriminado" da força e de armas de fogo por policiais contra os manifestantes. Vídeos que circulam nas redes sociais, alguns deles compartilhados por autoridades, mostram policiais que são atacados e respondem com tiros.
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