WASHINGTON (Reuters) – Os Estados Unidos pressionaram neste domingo Israel para proteger os civis em Gaza e aumentar imediatamente a ajuda humanitária, em meio a um clamor crescente sobre os custos humanos do bombardeio de três semanas de Israel ao enclave.

O presidente norte-americano, Joe Biden, disse ao primeiro-ministro israelense, Netanyahu, que Israel tem o direito de se defender e deve fazê-lo de uma forma que seja consistente com o direito internacional sobre a proteção de civis, de acordo com a Casa Branca.

Biden e Netanyahu discutiram os esforços para proteger os mais de 200 reféns capturados por militantes palestinos do Hamas num ataque surpresa a Israel em 7 de outubro que matou 1.400 pessoas.

A Casa Branca disse que Biden também “ressaltou a necessidade de aumentar imediata e significativamente o fluxo de assistência humanitária para atender às necessidades dos civis em Gaza”, à medida que os suprimentos diminuem ma região.

Com o número de mortos na Faixa de Gaza na casa dos milhares e aumentando, o governo de Joe Biden tem estado sob crescente pressão para deixar claro que o seu apoio inabalável a Israel não se traduz num endosso geral a tudo o que o seu aliado está fazendo no enclave 

Em entrevistas a programas de TV neste domingo, o conselheiro de segurança nacional de Biden, Jake Sullivan, disse que Israel tem a responsabilidade de proteger as vidas de pessoas inocentes em Gaza.

Washington estava fazendo perguntas difíceis a Israel, incluindo sobre questões relacionadas a ajuda humanitária, distinção entre terroristas e civis inocentes e sobre a forma como Israel está pensando na sua operação militar, disse Sullivan.

"O que acreditamos é que a cada hora, a cada dia desta operação militar, as IDF (Forças de Defesa de Israel), o governo israelense deveriam usar todos os meios possíveis à sua disposição para distinguir entre terroristas do Hamas que são alvos militares legítimos e civis que não são", disse Sullivan à CNN.

Sullivan também disse que Netanyahu tem a responsabilidade de “controlar” os colonos judeus extremistas na Cisjordânia ocupada por Israel. “É totalmente inaceitável que haja violência extremista dos colonos contra pessoas inocentes na Cisjordânia”, disse ele.