RACISMO
 
A filha de Martin Luther King, o icônico defensor dos direitos civis dos Estados Unidos, pediu com ênfase nesta terça-feira (23) garantia de justiça para os negros, durante o funeral de Rayshard Brooks, um jovem negro assassinado em Atlanta por um policial branco, em mais um caso que provocou grandes protestos. 
 
"A morte de Rayshard Brooks não será em vão", disse Bernice A. King no funeral de Brooks, morto a tiros em 12 de junho após ser preso pela polícia em um restaurante da rede de 'fast food' Wendy's. 


"Não podemos parar nosso clamor por justiça e nossa luta pela liberdade", disse King à família, amigos e apoiadores de Brooks na Igreja Ebenezer Baptise, onde seu pai foi pastor. 


"Não podemos parar nossos protestos até que nossas vozes sejam ouvidas e nossos pedidos por uma reforma policial sejam atendidos", ressaltou a filha do defensor dos direitos civis.


A mais recente de uma série de mortes de americanos negros por policiais brancos, o falecimento de Brooks, que tinha 27 anos, ocorreu depois que ele foi detido pelos policiais Garrett Rolfe e Devin Brosnan, que o encontraram dormindo em seu carro na fila de autoatendimento do restaurante. 


Durante uma tranquila abordagem que durou 20 minutos, eles fizeram em Brooks o teste do bafômetro e, depois que de ele testar positivo, tentaram prendê-lo por dirigir sob efeitos de álcool. 


Após um breve confronto, Brooks fugiu com um dos Tasers dos policiais e na sequência, Rolfe atirou nele duas vezes pelas costas.


Rolfe foi demitido e acusado de homicídio, enquanto Brosnan, que concordou em cooperar com a investigação, enfrentará três acusações, inclusive de agressão com agravante. 


O procurador do distrito de Atlanta, Paul Howard, ressaltou que Rolfe não tinha justificativa para atirar em Brooks enquanto ele corria, e o caso se tornou mais grave pelo policial ter chutado seu corpo enquanto estava caído no chão sangrando.