Antigo premier é suspeito de gastar mais de 10 milhões de euros entre 2010 e 2014 para manipular testemunhas do caso

O Tribunal de Roma aceitou nesta quarta-feira (16) uma denúncia contra o ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi e o tornou réu por corrupção de testemunhas no caso "Ruby ter", que corre simultaneamente em sete cidades do país.

Segundo a acusação do Ministério Público da capital italiana, o ex-premier pagou o cantor Mariano Apicella, também réu, para induzi-lo a mentir em seu favor no processo "Ruby", no qual foi absolvido dos crimes de prostituição de menores e abuso de poder.

Apicella, que era presença frequente nas festas de Berlusconi, conhecidas como "bunga-bunga", teria recebido 157 mil euros em subornos. A primeira audiência do julgamento está marcada para 23 de novembro.

O caso "Ruby ter" nasceu em Milão, mas, em 2016, foi desmembrado para sete cidades italianas: Roma, Turim, Pescara, Treviso, Monza e Siena, além da própria capital da Lombardia. A decisão foi tomada porque, segundo a Justiça, os eventuais subornos devem ser julgados pela jurisdição onde os pagamentos teriam ocorrido.

Berlusconi já é réu em Siena e foi denunciado em Turim. Os investigadores acreditam que o ex-primeiro-ministro teria gastado mais de 10 milhões de euros entre 2010 e 2014 para manipular testemunhas do processo "Ruby".

A aceitação da nova denúncia chega poucos dias depois de Berlusconi ter recuperado seus direitos políticos, cassados após sua condenação a um ano de realização de serviços sociais por fraude fiscal, em 2013. Com isso, o ex-premier está livre para disputar eleições novamente. (ANSA)