A embaixadora dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, disse que seu país irá apresentar um projeto de resolução no Conselho de Segurança da ONU para apoiar o acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, que foi apresentado pelo presidente norte-americano Joe Biden, e apelar também para que o Hamas aceite.

“Foi colocado um novo projeto de resolução do Conselho de Segurança que apoia a proposta em cima da mesa para parar os combates em Gaza através de um acordo sobre um cessar-fogo e a libertação dos reféns. Muitos líderes e governos, inclusive na região, apoiaram este plano e apelamos ao Conselho de Segurança para se juntar a eles no apelo à implementação deste plano sem demora e sem novas condições. O Conselho de Segurança deve insistir no fato de que o Hamas deve aceitar este plano”, anunciou Thomas-Greenfield.

A embaixadora ainda disse que estima que os membros do Conselho concordam com as diretrizes principais do acordo, que são libertação de reféns, cessar-fogo, aumento da ajuda humanitária e a reconstrução a longo prazo de Gaza.

Apesar de Biden defender a proposta, ela tem sido criticada pela ala ultraconservadora do governo do primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu, que insiste em uma vitória total sobre o Hamas, afirma que o plano esta incompleto e ameaçam renunciar aos seus cargos.

Já Washington assegura que a aprovação depende somente do Hamas. Este, por sua vez, adiantou ter recebido positivamente a proposta. Segundo Biden, Israel teria proposto ao Hamas uma primeira fase de um cessar-fogo de seis semanas em que as tropas se retirariam das zonas povoadas de Gaza e vários prisioneiros palestinos seriam libertados em troca da libertação de mulheres, idosos e feridos capturados. A segunda fase consiste no fim permanente das hostilidades e na libertação dos restantes reféns, enquanto a terceira e última fase seria dedicada à reconstrução de Gaza.

Manifestação em Tel Aviv apela por aceitação de acordo
Após as autoridades israelitas terem confirmado ontem as mortes de mais quatro reféns do Hamas, inúmeros manifestantes se reuniram em frente à sede das Forças de Defesa de Israel (IDF), em Tel Aviv, exigindo um acordo imediato para a libertação dos demais reféns. Os protestos se estenderam até a madrugada desta terça-feira.

“Expressamos o desgosto com a notícia, que deveria abalar todos os cidadãos do Estado de Israel e suscitar um profundo exame de consciência em todos os líderes. Haim, Yoram, Amiram e Nadav foram sequestrados vivos, alguns deles estavam com outros reféns que foram libertados no acordo anterior, e deveriam ter voltado vivos para casa, para o seu país e as suas famílias”, diz o comunicado do Fórum das Famílias de Reféns.

“O Governo continua a abandonar os reféns, que estão a ser assassinados em cativeiro. O sangue está nas mãos de Netanyahu e do Governo. Já existem centenas de pessoas na rua. Vão para as ruas. Estas vidas devem ser salvas”, disse o familiar de um refém ao jornal Times of Israel. Enquanto a mãe de um refém israelita, na manifestação, avaliou que a confirmação das quatro mortes são provas inequívocas de que estes são os resultados da pressão militar.

O porta-voz das IDF, Daniel Hagari, admitiu que não foi possível confirmar as circunstâncias da morte dos quatro reféns israelitas, mas que serão apuradas.  Hagari acrescentou que eles morreram juntos na cidade de Khan Yunis, no sul de Gaza, durante operações israelitas na regão. “Estamos averiguando todas as opções. Há muitas perguntas”, comentou.