Fonte: Marieta Cazarré - Agência Brasil

O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, pediu que os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) aumentem os gastos com Defesa para 4% do Produto Interno Bruto (PIB). A grande maioria das nações ainda não atingiu, sequer, a meta de 2%, acordada em 2014 e que deve ser cumprida até 2024. As declarações foram feitas durante conferência de imprensa na cúpula da Otan em Bruxelas, na Bélgica.

Donald Trump já havia demonstrado a sua insatisfação no Twitter, ao escrever que os EUA pagam bilhões de dólares pela proteção da Europa e perdem bilhões em comércio. "Os presidentes vêm tentando, sem sucesso, há anos levar a Alemanha e outras nações ricas da Otan a pagar mais para sua proteção da Rússia. Eles pagam apenas uma fração do custo. Os EUA pagam dezenas de bilhões de dólares para subsidiar a Europa e perdem no comércio!", afirmou.

Trump acusou ainda a Alemanha de gastar bilhões com energia russa. "A Alemanha começou a pagar a Rússia, país do qual eles querem proteção, bilhões de dólares para suas necessidades de energia, provenientes de um novo gasoduto da Rússia. Inaceitável! Todas as nações da OTAN devem cumprir o seu compromisso de 2% e, em última análise, devem ir para 4%!".

Alemanha

Em resposta a Trump, a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que seu país tem liberdade para tomar decisões de forma independente. No entanto, Merkel reconheceu que, tanto a Alemanha quanto outros países europeus devem colaborar aumentando os gastos com a Defesa.

"A discussão de agora foi muito importante porque todos os aliados europeus deixaram claro que respondem à nova ameaça de segurança fortalecendo e modernizando suas próprias tropas. A Alemanha também faz isso, mas também deixo claro que somos o segundo maior país a contribuir", disse Merkel.

A chanceler disse ainda que a cúpula foi intensa mas produtiva. "Posso dizer que o resultado é um compromisso claro com a OTAN e uma forte vontade de fazer contribuições diante das mudanças nas ameaças à segurança."

A expectativa é que hoje, superado o tema dos gastos com Defesa, as discussões da cúpula estejam focadas no fim da guerra no Afeganistão e na adesão de novos membros ao tratado, como a Geórgia e a Ucrânia.