Estados Unidos já tinham declarado que sairiam caso o sistema não fosse reformado, acusando membros de serem anti-Israel

A embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, anunciou nesta terça-feira (19) a retirada dos EUA do Conselho de Direitos Humanos da ONU. Segundo ela, a instituição "não é digna desse nome".

Os EUA estão na metade de um mandato de três anos no principal organismo de direitos humanos da entidade e há tempos vinham ameaçado se desfiliar se esse não fosse reformado, acusando o conselho de 47 membros sediado em Genebra de ser anti-Israel.

Na semana passada, a Reuters noticiou que ativistas e diplomatas disseram que as conversas com os EUA sobre uma reforma do órgão não atenderam às exigências de Washington, dando a entender que o governo Trump abandonaria o fórum.

A saída de Washington marca a rejeição americana mais recente em engajamento multilateral desde que o país se desligou do acordo climático de Paris e do pacto nuclear com o Irã.

Os EUA estão enfrentando fortes críticas por deterem crianças separadas de seus pais imigrantes na fronteira EUA-México. Na segunda-feira Zeid Ra’ad al-Hussein, o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, pediu que Washington suspenda sua política “impiedosa”.

Os EUA boicotaram o Conselho de Direitos Humanos da ONU durante três anos durante a gestão do presidente George W. Bush e voltaram ao organismo em 2009, já no governo de Barack Obama.

Um ano atrás Haley disse que Washington estava analisando sua filiação ao conselho e pediu uma reforma e a eliminação de um “viés anti-Israel crônico”.

O conselho criado em 2006 tem como item permanente de sua agenda as supostas violações cometidas por Israel nos territórios palestinos ocupados, item que Washington quer ver removido.